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Saberes ancestrais na quebrada: como indígenas conquistaram uma unidade de saúde no ABC Paulista 4e6f2o

Serviço especializado começou há um ano em Santo André (SP). Indígenas povoam periferias de São Paulo e cidades ao redor 5c2f33

19 abr 2025 - 04h59
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Resumo
O Grande ABC ou ABC Paulista é formado por sete cidades da Região Metropolitana de São Paulo: Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Indígenas de diversas etnias reconquistam seus espaços pelas bordas dessas e de outras cidades ao redor da capital paulista.
Indígenas de várias etnias realizam a dança do toré na inauguração do serviço de saúde indígena em Santo André (SP), no ABC Paulista.
Indígenas de várias etnias realizam a dança do toré na inauguração do serviço de saúde indígena em Santo André (SP), no ABC Paulista.
Foto: Divulgação

O único serviço de referência em saúde indígena do ABC Paulista funciona há um ano na Clínica da Família do bairro São Jorge, em Santo André (SP). O atendimento foi conquistado, sobretudo, pela articulação de povos originários que, durante a pandemia de covid-19, sentiram receio em se vacinar, e preconceito quando procuravam vacina. 6v1861

Ficou evidente a necessidade de serviço especializado. “O atendimento voltado para a saúde indígena foi conquistado com muita luta, faz muitos anos que a gente vem se articulando”, conta Nívia Pankararu, 22 anos, articuladora indígena.

Sala para atendimento de indígenas em Santo André (SP). Povos originários chegam de várias cidades do ABC Paulista.
Sala para atendimento de indígenas em Santo André (SP). Povos originários chegam de várias cidades do ABC Paulista.
Foto: Divulgação

Na região do ABC Paulista, os povos originários são guaranis, pataxós, pankaras, pankararus, entre outros. Em Santo André, vivem pouco mais de 600; no ABC, cerca de 3 mil, a maioria em São Bernardo do Campo, segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Quase todos estão nas periferias.

No caminho para a conquista de atendimento especializado na unidade de saúde em Santo André, os indígenas se inspiraram em unidades como a da favela Real Parque, zona sul de São Paulo, com grande contingente de pankararus.

A enfermeira Helen Christian, de camiseta azul, entre lideranças indígenas femininas em Santo André (SP).
A enfermeira Helen Christian, de camiseta azul, entre lideranças indígenas femininas em Santo André (SP).
Foto: Divulgação

Pressão pelo atendimento e cuidado para indicar profissionais 1q6qx

Os indígenas contaram com a atuação do Ministério Público Federal (MPF), que convocou reuniões de representantes da saúde do Grande ABC. Entre as reivindicações, um profissional especializado a cada 200 indígenas.

Também entrou em cena o Projeto Xingú, da Universidade Federal da São Paulo (Unifesp), com experiência de mais de seis décadas, que oferece formação especializada em saúde dos povos originários.

“Não é porque estamos na cidade, que estamos desconectados do território, do nosso povo”, explica Nívia Pankararu. Os indígenas de São Paulo e cidades do entorno saíram de suas aldeias buscando, sobretudo, oportunidades de trabalho nas grandes cidades.

Apresentação do toré, dança pankararu para atrair boas energias à Unidade Básica de Saúde da favela Real Parque, zona sul de São Paulo.
Apresentação do toré, dança pankararu para atrair boas energias à Unidade Básica de Saúde da favela Real Parque, zona sul de São Paulo.
Foto: Marcos Zibordi

Segredo do atendimento: tempo de escuta 4m6q6m

Em Santo André, o atendimento especializado em saúde indígena é feito pela enfermeira Helen Christian e pela médica Nicole Bueno Costa. “Não existem instrumentos ou remédios a mais; na verdade, são barreiras a menos”, explica a médica.

Chás, garrafadas, rituais, conhecimentos de pajés e rezadeiras entram no complexo diálogo com a medicina tradicional durante as consultas. “É importante entender como o indígena encara a doença, se ele considera que é um processo espiritual, por exemplo”, diz a médica.

Médica Nicole Bueno da Costa atende Silvia Pankará, liderança indígena de Diadema. Uma hora de consulta, em média.
Médica Nicole Bueno da Costa atende Silvia Pankará, liderança indígena de Diadema. Uma hora de consulta, em média.
Foto: Divulgação

O principal aspecto do atendimento especializado é o tempo de consulta: uma hora, que pode ser maior ou menor, conforme o caso. Na favela Real Parque, onde a médica também atende, são vinte minutos, tempo menor, com variações, porque a relação foi estabelecida há mais tempo.

Em Santo André, Nicole atende acompanhada da enfermeira Helen Christian. Profissional há 14 anos, está realizada. “Há um carinho grande. Hoje eu me sinto em casa. Eles chegam, a conversa toma rumo rápido, a gente logo interage”, relata a enfermeira.

Fonte: Visão do Corre
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