Muito além da vida bandida: a volta do Protesto V, gangsta rap original de SP 6y672x
Grupo da zona oeste ressurge maduro após 12 anos de prisão e narra os corres de quem sobrevive dentro e fora das celas 6l4r17
O grupo Protesto V, surgido nos anos 1990, retorna com o disco Resgatando a Autoestima, marcado por letras fortes e realistas. Os rappers Patê e Guxa reatam a parceria com crítica social, resgate da dignidade e a força do gangsta rap da periferia de São Paulo. Lançamento será no fim de maio.
O Protesto V, grupo de gangsta rap da zona oeste de São Paulo, retorna à música após 12 anos de um dos integrantes preso. Contra a patifaria, a ostentação inconsequente e as modinhas, os manos Patê e Guxa voltam às raízes com o disco Resgatando a Autoestima, a ser lançado no final de maio. 2r732y
A primeira trajetória do Protesto V durou uma década, começando em 1997. Gravaram um disco e videoclipe. Naquele momento, a região oeste de São Paulo, próxima à rodovia Raposo Tavares, tinha grupos importantes como Manos Urbanos, Rota de Colisão, Ideologia Fatal e RZO – houve até a coincidência de Negra Li vir morar na vizinhança.
Com a condenação de Patê, Guxa continua trabalhando com outros grupos, mas não dá certo. A escrita das letras, porém, não para, um dentro e outro fora da prisão. “Escrevi bastante coisa preso, porém, nas transferências, indo de bonde, muitas vezes perdi tudo, fora as blitz nas celas, eles rasgam o que você tiver, você não consegue se apegar em nada”, diz Patê.
Os vários sentidos de resgatar a autoestima 4o453k
Livre após 12 anos, Patê diz que “não tinha intuito de voltar com rap. Só que a coisa foi natural, eu senti o espiritual me conduzindo. Comecei a frequentar estúdios em Pirituba, fui vendo redes sociais, plataformas digitais, vi que estava muito mais fácil ter o. Dei um salve no Guxa para voltar a escrever.”
A dupla compartilha de significados comuns à ideia de resgate da autoestima. Para Patê, começa com a reconstrução da vida em liberdade. Guxa explica que “estamos vindo de situações adversas, tive problemas de saúde, quando ele caiu eu tive depressão e, mais recentemente, convulsão. Mas rap faz bem pra saúde, é relaxante.”
Patê lembra das pessoas cabisbaixas, com problemas financeiros, emocionais. Elas precisam “ser levadas para cima”. Segundo ele, o disco “vai estimular elas a serem fortes, a se motivarem, a acreditarem nelas. As pessoas vão se fortalecer”.
O sentido específico de gangsta rap 6a6o1i
O disco tem parcerias com Marcão, do DMN, e pérolas, como a última gravação do rapper Dumdum, do lendário grupo Facção Central. Patê e Guxa identificam seu trampo como gangsta rap, mas calma. Não é tão simples como associar o estilo à criminalidade. Tem esse lado? Tem, mas vai além.
Restringir o gangsta rap do Protesto V à marginalidade é um preconceito, que vem da falta de informação. Para Patê e Guxa, o estilo tem a ver com as narração nua e crua da realidade. E com aspectos ainda pouco notados das periferias, como pessoas resgatadas do crime e do vício pela igreja.
Patê entende que gangsta rap é “contestação, é agressivo, é hostil, é contra o sistema, mas com harmonia. Estamos tocando no coração e na alma”. Guxa fala em sonho realizado e comemora a volta do Protesto V lembrando de nomes como KL Jay, Mano Fler, DMN, entre outros, que estarão no lançamento, uma retomada do corre que, na realidade, nunca parou.
Serviço f6f5j
Lançamento do álbum Resgatando a Autoestima, do Protesto V
Carioca Club Pinheiros
Rua Cardeal Arcoverde, 2899, São Paulo
Terça, 27 de maio de 2025, abertura 19:00
Classificação: 18 anos
