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De engraxate a criador de app revolucionário: o homem que está digitalizando as favelas no RJ 4y56

Cria do Complexo de Manguinhos criou, sozinho, aplicativo que conecta mais de 5 mil lojistas de 20 comunidades 353l38

20 mai 2025 - 08h02
(atualizado às 08h28)
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Resumo
Aplicativo Lojas das Comunidades é gratuito para empreendedores e usuários e os conecta de forma simples, via WhatsApp. Empreendimento está em favelas como Rocinha, Vidigal, Maré, Cidade de Deus, além de Manguinhos. Projeto virtual tem a parte impressa, com panfletos que trazem cupons de descontos.
Kayo Victor Max criou um aplicativo que conecta empreendedores e consumidores nas favelas cariocas via WhatsApp.
Kayo Victor Max criou um aplicativo que conecta empreendedores e consumidores nas favelas cariocas via WhatsApp.
Foto: Divulgação

No coração do Mandela, uma das favelas do Complexo de Manguinhos, zona norte do Rio de Janeiro, nasceu uma revolução silenciosa. Com uma trajetória que vai de engraxate a pizzaiolo, Kayo Victor Max criou, sozinho, um ecossistema digital de impacto, que conecta negócios de 20 favelas, com mais de 5 mil empreendedores cadastrados. 4y5e45

Com 36 anos e dois filhos, o projeto de Max começou em 2023 e criou uma rede de conexões, uma espécie de “páginas amarelas” de favelas do Complexo de Manguinhos, além de Rocinha, Vidigal, Maré, Cidade de Deus, entre outras.

“Eu conheço cada lojista, fui lá e conversei, coloquei no aplicativo. Consegui ganhar conceito e respeito porque fui de porta em porta. Estou nas ruas, não é um cara que apareceu ali do nada”, explica Max.

Manguinhos, onde surgiu o aplicativo Lojas das Comunidades, espalhado por 20 favelas, unindo 5 mil empreendimentos.
Manguinhos, onde surgiu o aplicativo Lojas das Comunidades, espalhado por 20 favelas, unindo 5 mil empreendimentos.
Foto: Divulgação

O aplicativo Lojas das Comunidades funciona como um shopping virtual ível via aplicativo. Nele, moradores escolhem sua comunidade e encontram desde farmácias a eletricistas, com contato direto via WhatsApp. “Quando o morador encontra o que precisa dentro da comunidade, o dinheiro circula ali mesmo”.

Do trailer à tecnologia 3j1z2f

Kayo saiu da escola na oitava série. Foi engraxando sapatos que teve seu primeiro contato com o comércio. Depois vieram o trabalho em pizzaria e o trailer de yakisoba. O veículo foi reformado no quadro Lata Velha, do programa de Luciano Huck. “Ganhei dinheiro, mas não ganhei sabedoria. Rico quebra a cara, imagina pobre sem noção de finanças”, reflete.

A pandemia, que fechou portas para muitos, abriu uma janela para Kayo. Trancado em casa, aprendeu design gráfico, edição de vídeo, tráfego pago e desenvolvimento de aplicativos. Foi o embrião do que viria a ser o Lojas das Comunidades. Sozinho, Kayo desenvolveu o aplicativo e começou a ir de porta em porta cadastrando lojistas.

Kayo Victor Max participa de gravação do quadro Lata Velha, de Luciano Huck, que reformou seu trailer de yakisoba.
Kayo Victor Max participa de gravação do quadro Lata Velha, de Luciano Huck, que reformou seu trailer de yakisoba.
Foto: Divulgação

Tecnologia com raízes no chão da favela 2v1v6k

A versão gratuita do aplicativo dá direito a uma foto e um contato. A versão paga custa R$ 60,00 para lojistas que querem incrementar o anúncio, incluindo mais fotos, por exemplo.

A renda maior não vem do aplicativo, mas de materiais gráficos, logotipos e, principalmente, panfletos promocionais impressos. Eles trazem cupons de descontos, fazendo com que não sejam facilmente descartados.

“A panfletagem cria um respeito real, na internet está cheio de aplicativos malucos. O panfleto a pessoa segura na mão. Já distribuí mais de cem mil panfletos, distribuo mais panfletos do que políticos”, brinca.

Outdoor de divulgação do aplicativo Lojas das Comunidades. Propaganda do negócio é feita em pontos estratégicos das favelas.
Outdoor de divulgação do aplicativo Lojas das Comunidades. Propaganda do negócio é feita em pontos estratégicos das favelas.
Foto: Divulgação

O futuro: lixo, orgulho e reeducação 6x3i4j

Kayo está gestando o próximo o: um sistema para recolher o lixo nas favelas e gerar renda. “Não tem como ter orgulho da favela com lixo espalhado. Educação e negócio juntos podem resolver. Favela limpa é favela forte”.

O Youtube foi uma ferramenta essencial para Kayo aprender a programar. Agora, a Inteligência Artificial (IA) está sendo uma mãe. “Não dou satisfação para supervisor. Antes eu trabalhava até mais tarde, mas não conseguia chegar no horário. Vi que meu caminho é empreender sozinho”, explica.

Por incrível que pareça, Kayo não frequenta redes sociais, que considera tóxicas e improdutivas. “Eu trabalho com o que eu sei e com o que eu aprendo. E aprendo muito sozinho. Isso aqui é meu legado, não é só um aplicativo. É um projeto de vida”.

Lixo acumulado na Rocinha. Resíduos podem ser uma fonte de renda para a favela, melhorando as condições sanitárias.
Lixo acumulado na Rocinha. Resíduos podem ser uma fonte de renda para a favela, melhorando as condições sanitárias.
Foto: Severino Franco

Programa caseiro de educação e acompanhamento escolar 4t6n5x

Kayo a a maior parte do tempo nas favelas ou em frente ao computador. Mas não descuida da família. Faz questão de citar a esposa, companheira de todas as horas, e criou um programa para acompanhar a educação dos dois filhos. É um sistema pedagógico caseiro.

As notas obtidas nas lições são convertidas em centavos e viram mesada, ensinando educação financeira desde cedo. “Antes não conseguia acompanhar nada. Agora sei tudo em tempo real. Português, matemática, inglês, tabuada”, enumera.

Com isso, não precisa esperar as notas chegarem para acompanhar o desempenho dos filhos. Ele se antecipa, como fez em toda sua vida.

Fonte: Visão do Corre
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