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Estarrecedor, livro sobre a vida secreta de padres gays tem potencial para abalar a igreja 5w2q6m

Autor era um menino pobre do interior do Pará quando decidiu ser coroinha, depois seminarista por mais de dez anos 645k2z

8 mai 2025 - 05h21
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Resumo
Obra pioneira ao abordar o tema no Brasil a pela primeira reimpressão antes mesmo do lançamento. Livro-reportagem revela o que há por trás das batinas e dos muros de seminários, igrejas e outras instituições católicas. Autor sofre ameaças e recorreu à polícia.
Lançamento de A Vida Secreta dos Padres Gays coincide com o conclave para escolha do novo papa da igreja católica.
Lançamento de A Vida Secreta dos Padres Gays coincide com o conclave para escolha do novo papa da igreja católica.
Foto: Reprodução

Imagine um garoto pobre de Capanema, cidadezinha a 160 quilômetros de Belém, capital do Pará, adotado por uma mãe analfabeta com cinco filhos, cujo pai adotivo morre quando ele tem quatro anos. Ao seu redor, o catolicismo é forte e ele começa a frequentar a igreja. 8493q

Vira coroinha, seminarista, sofre horrores com as contradições entre as aparências e a realidade da vida religiosa; abandona a igreja, estuda, vira pedagogo, faz pós-graduação em religião e sexualidade, está concluindo o curso de jornalismo e escreve um livro-reportagem bombástico com experiências pessoais, de padres, ex-padres, seminaristas e ex-seminaristas, pesquisadores, além de bibliografia consistente, nacional e internacional.

Esse é o resumo da trajetória de Brendo Silva, 34 anos, e das fontes de A Vida Secreta dos Padres Gays, que está sendo impresso pela segunda vez, antes mesmo do lançamento oficial. O autor vem sofrendo ameaças e recorreu à polícia. Não é para menos: o livro-reportagem, pioneiro no tema no Brasil, é estarrecedor.

O mais espantoso talvez seja a reiteração do autor, dos entrevistados e de fontes documentais de que a homossexualidade enrustida na igreja católica não caracteriza a minoria, nem a maioria dos religiosos, mas quase todos. “Não são casos isolados, mas a regra”, escreve Silva.

O texto excelente e as revelações nos fazem grudar no livro-reportagem, que denuncia o poder sexual dos superiores hierárquicos, inclusive relações forçadas; conflitos entre culpa e desejo; a irresponsabilidade da igreja na formação dos religiosos, desconsiderando e destruindo vidas; casos encobertos de doenças sexualmente transmissíveis, inclusive Aids.

O livro-reportagem tem potencial de revoltar quem quer que o leia: religiosos, por motivos óbvios; ateus, pelas revelações que podem justificar a opção de afastamento da igreja; ativistas, pelos mais diversificadas violências com gays, incluindo a cooptação de meninos pobres e a instituição religiosa como uma fortaleza para quem quer viver a sexualidade protegido da vida mundana.

O autor, gay assumido, cita as instituções católicas e as cidades denunciadas no livro-reportagem, mas toma o cuidado de preservar nomes. E não se trata de uma inevitável vingança. “Sou grato à religião por me forçar a entender parte da minha própria identidade”, escreve.

Quanto ao método jornalístico, a obra vai muito além do relato pessoal. São arrolados documentos e livros publicados no exterior, além de entrevistas com 14 gays e dois heteros que aram por seminários, conventos e casas paroquiais, ou ainda estão nelas. São ouvidos acadêmicos de respeitadas universidades públicas e jornalistas, incluindo um da BBC, que fez relevante e rara reportagem sobre o assunto no Brasil.

O autor também trocou mensagens via Instagram com religiosos, que sugeriram ou se ofereceram sexualmente, mesmo Brendo Silva deixando clara sua identidade. É um livro-reportagem para quem tem coragem e estômago. Seu potencial polêmico, evidentemente, aumenta muito em período de conclave para escolha de um novo papa.

Em determinada agem, o autor pergunta que tipo de pessoas a igreja entrega para o mundo. “Abusadoras? Maníacas? Traumatizadas?”. Segundo o livro-reportagem, todas elas.

Fonte: Visão do Corre
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