'Aquecimento Terraiá': Forró das Minas critica falta de representação feminina no gênero e explica esquema especial de cachê t5z3m
Coletivo de mulheres musicistas é o segundo convidado do programa de São João do Terra, apresentado por Cazé Pecini 2x5v4l
O coletivo Forró das Minas defende maior representação feminina no forró e destaca necessidade de igualdade nos cachês no segundo episódio do programa 'Aquecimento Terraiá', apresentado por Cazé Pecini. A conversa vai ao nesta quinta-feira, 29, no portal e no canal do Terra no Youtube.
É quase automático pensar em nomes como Anastácia, Amelinha e Elba Ramalho, quando o assunto é representação feminina no forró. Além do gênero musical nordestino, elas têm algo em comum: todas comandam o microfone. A facilidade de puxar exemplos na memória não é a mesma quando falamos em bandas 100% formadas por mulheres. 2i4868
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Há sete anos, o Forró das Minas reivindica a presença feminina à frente de diversos instrumentos no ritmo mais difundido do Nordeste. O grupo conversa sobre os desafios dessa trajetória no segundo episódio do Aquecimento Terraiá, que vai ao ar nesta quinta-feira, 29, às 20h.
'Ainda existe resistência' 3h283b
Andressa Ferri sempre amou o forró, antes mesmo de transformar o gênero musical em profissão. Entre um evento de arrasta-pé e outro, ela parou para observar as bandas e percebeu: quase não havia mulheres ali. Quando havia, a artista era sempre a vocalista, nunca integrante da banda. ”A ausência deu um 'estalo' na paulistana.
Era em março de 2018 que Andressa decidiu fundar o Forró das Minas. De lá para cá, foram inúmeros 'nãos', recusas de cachê e muita paciência para lidar com um mercado ainda tão masculino.
Hoje, o grupo conta com mais de 60 integrantes e atua promovendo shows, festivais, palestras, cursos e oficinas para mulheres de todo o Brasil.
Mesmo com o sucesso e a longevidade, o Forró das Minas ainda enfrenta alguns entraves. "Como faço a produção do grupo, eu percebo que ainda existe uma resistência em colocar bandas femininas nos eventos, tanto nas casas de forró quanto nos festivais", opina Andressa.
"Você não vê bandas femininas. Vê uma DJ, uma cantora... Mas a banda é masculina. Aí ela acaba entrando na cota para falar que tem mulher no festival", completou.
Para preencher essa lacuna, o coletivo criou seu próprio evento musical, com um line-up 100% feminino. No ano ado, o Festival Forró das Minas reuniu mais de 50 artistas em sua segunda edição.
'Tentamos valorizar o cachê' 641r5k
As mais de 60 integrantes do grupo se dividem entre diversos projetos e formações musicais para shows. Para honrar o trabalho cuidadoso das musicistas, o Forró das Minas conta com um esquema especial de pagamento de cachês.
"Sempre tentamos valorizar o cachê, o que já é difícil. Então, quando a gente consegue um bom [valor], todas as artistas ganham igual. Não tem essa coisa de uma ganha mais que a outra", explicou a idealizadora.
Em um mundo ideal, o esquema seria comum. "Procuramos deixar num padrão que, na verdade, a gente queria que fosse em todo canto. Todo mundo ganhando tanto quanto os homens", destacou.
No bate-papo com Cazé Pecini, elas também fizeram questão de ressaltar a importância da presença de mulheres na música e do pagamento de cachês justos para a autonomia feminina.
"Permitir mais espaços para as mulheres tocarem, para serem autônomas e conseguirem pagar as contas no final do mês é muito importante", frisou Paola, uma das sanfoneiras do coletivo.
Essa conversa completa estará no próximo episódio do Aquecimento Terraiá. Apresentado por Cazé Pecini, o programa traz, a cada semana, bandas que são referência quando o assunto é festa junina. O primeiro convidado foi o grupo Falamansa. O programa vai ao ar às quintas-feiras, às 20h, no Terra e no canal do portal no YouTube.
*Terraiá 2025: a cobertura do Terra para as festas de São João tem o patrocínio de Amazon.com.br.