
'Aquecimento Terraiá': Falamansa relembra formação inusitada e rejeita título de pioneirismo 4y5x1l
Grupo paulista foi o primeiro convidado do programa de São João do Terra, apresentado por Cazé Pecini 11v1t
Todo fã de um bom arrasta-pé tem as músicas do Falamansa em sua playlist favorita de forró. Quando formaram a banda de maneira improvisada para um festival universitário, o grupo paulista não fazia ideia de que se tornariam um dos clássicos do São João. 3c2h7
ados 26 anos, os integrantes Tato, Dezinho, Alemão e Valdir contam curiosidades de bastidores e opinam sobre a longevidade dos grupos de forró no Aquecimento Terraiá, apresentado por Cazé Pecini.
O grupo paulista foi o primeiro convidado do novo programa do Terra, que estreou na quinta-feira, 22. Com muita música e papo bom, o Falamansa já começou relembrando a formação 'improvisada' que dura até hoje. Isso porque a banda é uma das raras que manteve os integrantes originais desde sua fundação, lá em 1998.
Origem inusitada t2q13
A ideia surgiu quando Tato tentava realizar um desejo: se apresentar no 3º Festival de Música do Mackenzie, na capital paulista. O vocalista tinha a composição e a vontade, mas precisava achar outros músicos que toem encarar essa jornada.
Foi quando acionou alguns amigos e conseguiu indicações para formar o quarteto inicial. "Eu e o Dé [triangulista], por exemplo, nós nos conhecemos no dia do festival, indo tocar", relembra o cantor. Eles não se conheciam, mas já tinham intimidade com o ritmo nordestino.
"Cada um já tinha a sua história dentro do forró. Antes, já estávamos em projetos para levar o forró para os jovens. Quando eu mostrei a primeira canção para eles, eles já se animaram", detalha Tato. A canção era nada menos que Asas, música autoral que viria a se tornar um grande sucesso dos anos 2000.
'O mercado mudou muito' 6a5a1k
Da primeira apresentação em um festival universitário para cá, o Falamansa estourou no Brasil, emplacou diversos hits e o público viu os integrantes amadurecerem junto com eles. Músicas como Xote dos Milagres, Oh! Chuva e Rindo à Toa viraram verdadeiros clássicos do forró e ajudaram, claro, a manter fãs fiéis.
Olhando em perspectiva, a escolha de um gênero tão distante do eixo Rio-São Paulo poderia ser "um tiro no pé", nas palavras de Tato. No entanto, foi justamente o ritmo que ajudou o grupo a formar uma identidade tão consolidada.
"O mercado mudou muito de lá para cá. As pessoas pensam 'nossa, uma banda se manteve com o Zabumba, Triângulo e a Sanfona sem mudar durante 26 anos'. Talvez algo que seria um tiro no pé antigamente, hoje, 26 anos depois, vemos que é o contrário. É o que nos deu a nossa identidade, o que nos fez estar aqui hoje, num evento de festejo junino", opina o vocalista no Aquecimento Terraiá.
A sonoridade regional com o frescor trazido pelo Falamansa fez o grupo não só conquistar fãs em todo o Brasil como 'colecionar' participação em trilhas sonoras de novelas na TV. No bate-papo, o apresentador Cazé Pecini relembrou algumas, como O Clone e Malhação, e 'arrancou' uma curiosidade inusitada dos músicos.
"O Dezinho sempre foi muito noveleiro. Ele, desde o início da banda, parava nos lugares para assistir à novela. Falo isso com alegria, porque realmente é um cara emotivo, já chorou com muitos finais de capítulos assim", confidencia Tato.
'A gente não inventou nada' 1y1h1
Considerados os pioneiros do forró universitário, o Falamansa não rejeita o título, mas prefere exaltar o movimento do que focar em um só subgênero.
"O mais importante foi carregar junto com a gente o movimento do forró em si, o forró chamado de pé de serra, raiz. Dentro desses 26 anos, a gente ou por milhares de programas de TV, portando a Zabumba, o Triângulo e a Sanfona, que são coisas únicas", explica Tato.
O grupo até ite ter 'encabeçado' uma onda de sucesso do pé-de-serra entre os jovens universitários de São Paulo no final dos anos 1990. No entanto, para Tato, o 'barulho' só foi possível pela ajuda de outros profissionais da música.
"É impossível falar do Falamansa sem falar de um movimento muito grande de outras bandas, de outros artistas, de trios de forró, que mantiveram essa linha até a gente chegar. É uma banda que nunca andou só, talvez por isso a gente tenha feito tanto barulho desde o início", defende.
Olhando mais uma vez para o coletivo, Tato destaca que o objetivo sempre foi ar para frente o trabalho de grandes nomes do forró.
"A gente não inventou nada. A gente só trouxe conosco algo que já era lícito e natural da nossa cultura, que é o forró", destaca.
Forró 'good vibes' 405l2k
No repertório do Falamansa, os forrós sofridos dão lugar aos amores leves e até às gargalhadas. Os sucessos Xote da Alegria e Rindo À Toa são prova disso. Para o letrista do grupo, Tato, a característica é parte fundamental do trabalho dele.
"Já ouvi muito de evangélicos: 'Olha, eu não posso ouvir forró'. Eu já me assusto um pouquinho, mas aí continuam: 'Não posso, mas o meu pastor me deixa ouvir Falamansa porque é uma música que tem bom propósito", conta o cantor
Apesar de atrair um público diverso, a temática alto astral, segundo o compositor, está longe de ser uma estratégia. As letras animadas surgem de maneira natural durante o processo de criação. "É muito natural e muito com uma intenção muito verdadeira. As pessoas sentem isso", diz.
Parceria com outros gêneros musicais 2v4p3h
Apesar de ser um grupo de forró, o Falamansa já colaborou com artistas de diversos gêneros musicais, incluindo os sertanejos Henrique e Juliano e Marcelo Falcão, vocalista d'O Rappa. Em março, os paulistas também lançaram uma releitura de Asas com Vitor Kley.
A mistura boa também esteve presente em um projeto de colaborações. O EP Universos (2024) traz até o trap para a voz de Tato, que divide o palco com nomes como Iza, Maneva, Natiruts e Saulo Fernandes.
Para o vocalista, os encontros renovam a sonoridade do grupo. "Agora a gente entende e se sente à vontade para colocar nossa música junto com outros artistas de outros estilos musicais", revela Tato.
O vocalista e compositor, que se acostumou a escrever suas letras sozinho ao longo de 20 anos de carreira, hoje consegue dividir o processo de criação com artistas mais jovens.
"Já tem uns 5 anos que tenho feito sessões de composição dentro do estúdio. Eu chamo artistas de diferentes estilos musicais, de diferentes idades. É um laboratório onde eu tenho aprendido muito com a molecada", explica.
O Falamansa contou muito mais sobre a trajetória da banda e os projetos futuros para o programa junino do Terra que já está disponível no Youtube.
No Terraiá, o apresentador Cazé Pecini conversará com convidados que fazem parte dessa festa em quatro episódios semanais. O programa vai ao ar às quintas-feiras, às 20h, no Terra e no canal do portal no YouTube.
*Terraiá 2025: a cobertura do Terra para as festas de São João tem o patrocínio de Amazon.com.br.