Renda de engenheiros é superior à de advogados, diz pesquisa 4d1n3p
Estudo inédito revela ainda que 92% dos profissionais registrados no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia estão em atividade 1ey6e
Cerca de 70% dos profissionais registrados no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) têm renda familiar superior a 5 salários mínimos (o que equivale a R$ 7.590), segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 28. Percentual é maior do que a média da população brasileira --que é de 25%--, e também supera o de outras profissões tradicionalmente valorizadas, como a advocacia, em que 48% dos profissionais têm renda acima desse patamar. 6l296v
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O tempo de atuação tem impacto direto na alta salarial. Ao todo, 41% dos trabalhadores alcançam mais de 5 salários mínimos nos primeiros 5 anos de profissão. O percentual aumenta para 55% entre os profissionais com 5 a 10 anos de experiência. O índice sobe para 67% entre aqueles com mais de 10 anos.
A média salarial é alcançada pela maioria dos profissionais com mais de 30 anos. Segundo o Confea, foi observado que os mais jovens --de 18 a 24 anos--, que podem estar ainda em formação e/ou no início de carreira, já ganham pelo menos 2 salários mínimos. O levantamento afirma também que a maior transição de renda ocorre entre os trabalhadores de 30 a 34 anos, quando a maioria ultraa a barreira dos 5 salários.
A pesquisa inédita entrevistou 48 mil profissionais registrados das áreas de Engenharia, Meteorologia e Geociências em todos os Estados brasileiros. Com confiabilidade de 95%, os dados foram coletados pela empresa de pesquisa Quaest entre 23 de setembro de 2024 e 2 de fevereiro de 2025. A margem de erro é de 1 ponto percentual para mais ou menos.
Profissão em ascensão 5i696h
De acordo com o levantamento, o mercado das Engenharias tem como tendência a ascensão profissional e possui mais vagas do que mão de obra qualificada. Atualmente, 92% dos profissionais registrados no Confea estão em atividade, sendo que 78% deles atuam diretamente em suas áreas de formação.
A proporção de empregados na área é superior ao índice nacional. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual de pessoas empregadas em relação à população em idade de trabalhar no Brasil foi de 59% em dezembro de 2024.
Como aponta a pesquisa, os profissionais iniciam suas carreiras como CLT e, com o ar do tempo, diversificam sua situação profissional. Cerca de 70% daqueles com mais de 5 anos de registros têm carteira assinada. Já a proporção de empresários é expressiva entre os engenheiros mais experientes --com mais de 10 anos--, chegando ao índice de 20%.
Os Conselhos Federal e Regionais afirmam que são necessárias medidas públicas e de conscientização para que a profissão e a ser mais valorizada na sociedade. Segundo o presidente do Confea, Vinicius Marchese, a pesquisa inédita desmistifica a visão de que a profissão de engenheiro está saturada. Ele afirma que o avanço econômico e estrutural do País só será possível com o fortalecimento da profissão.
"Quando falamos em impulsionar o desenvolvimento do Brasil, precisamos mapear como pensam os agentes responsáveis para tirar os projetos do papel. É a primeira vez que temos informações que nos permitem entender a dimensão dos desafios, quando falamos da atuação técnica e qualificada na área tecnológica brasileira", afirmou Marchese.
Satisfação dos profissionais 4g1g45
Cerca de 60% dos entrevistados afirmam estar satisfeitos com seu trabalho, apontando como principais motivos a boa convivência com colegas, a estabilidade no emprego e o reconhecimento por suas funções. No entanto, outros 40% dos participantes expressaram insatisfação, principalmente por excesso de carga horária e pela falta de valorização profissional.
Graziele Silotto, analista responsável pelo estudo e gerente da área de Inteligência da Quaest, afirma que o mercado de trabalho da engenharia brasileira a por uma profunda transformação. "A categoria mostra sinais claros de renovação, com maior diversidade, bom posicionamento no mercado de trabalho e forte orgulho profissional. Os desafios estão na valorização da carreira e na necessidade de uma atuação institucional mais próxima e relevante para os profissionais", declarou.
De acordo com a pesquisa, 55% dos profissionais afirmaram acreditar na evolução do setor, especialmente em aspectos como remuneração justa, oportunidades de crescimento e melhor estrutura de trabalho.