Moraes deu bronca e 'última chances' a Cid de 'dizer a verdade' em audiência de delação k485r
Durante audiência, Moraes mencionou provas de que Mauro Cid omitiu informações e disse que aquela era a sua última chance de dizer a verdade 4q1k5v
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes cobrou o tenente-coronel Mauro Cid a apresentar "fatos" durante uma audiência em novembro de 2024, realizada para analisar a validade do acordo de delação do militar. O magistrado disse que era a "última chance do colaborador dizer a verdade", sob pena de prisão preventiva e fim do acordo de delação. 33333t
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"Eu quero fatos, por isso que eu marquei essa audiência. Eu diria que é a última chance de o colaborador dizer a verdade sobre tudo", pressionou Moraes em audiência, que teve a presença de Paulo Gonet, procurador-geral da República. Os vídeos dos depoimentos de Cid foram disponibilizados nesta quinta-feira, 20.
Durante a audiência, Moraes mencionou que a Polícia Federal (PF) encaminhou ao Supremo provas que mostravam que Mauro Cid havia omitido informações em uma tentativa de minimizar a gravidade dos fatos relatados, o que poderia levar à rescisão do acordo de delação e a prisão de Cid.
“Não há, na colaboração premiada essa ideia de que ‘só respondo o que me perguntam’. Não! O colaborador ou colabora com dados efetivos, […] ou não há por que, dentro dessa ideia de justiça colaborativa, se dar os benefícios”, afirmou Moraes.
A delação de Cid acabou sendo mantida. A ata da audiência foi divulgada após Moraes retirar o sigilo da delação na quarta-feira, 19. A decisão ocorreu após a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar ao STF Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro Braga Netto e mais 32 pessoas por participação em uma trama golpista para manter o ex-presidente no poder após ser derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.
Entenda a denúncia da PGR 3p2r66
Bolsonaro foi denunciado pelos crimes de liderança de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da união e deterioração de patrimônio tombado.
Além do ex-presidente, a PGR também denunciou nesta terça-feira, 18, o ex-ministro general Braga Netto e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e outros 31 pelos crimes de:
- Golpe de Estado;
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Organização Criminosa.
O objetivo, segundo o relatório, era estabelecer uma "falsa realidade de fraude eleitoral" para que sua derrota não fosse interpretada como um acaso e servir de "fundamento para os atos que se sucederam após a derrota do então candidato Jair Bolsonaro no pleito de 2022".
A investigação aponta ainda que a o ex-presidente tinha conhecimento de um plano para matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Em nota, a defesa de Bolsonaro afirma que o ex-presidente "jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam". Também alegou ter recebido com "estarrecimento e indignação a denúncia da Procuradoria-Geral da República"