Quem é Tuta, 'CEO' do PCC que levava vida de luxo e foi preso na Bolívia v575p
Marcos Roberto de Almeida viajava de jatinho e comprou lanchas e imóveis no Morumbi, em São Paulo, e em Peruíbe, no litoral paulista 68w2f
Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC), é conhecido como o "CEO" da facção criminosa. Ele foi preso por tráfico internacional, no último dia 16, ao ser identificado com um documento falso, no nome de Maycon Gonçalves da Silva, em Santa Cruz de La Sierra. 2d6g5t
Com o dinheiro do tráfico, Tuta tinha uma vida de luxo. Ele viajava de jatinho e comprou lanchas e imóveis no Morumbi, em São Paulo, e em Peruíbe, no litoral paulista. Tinha até uma empresa de ônibus na Baixada Santista.
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De acordo com documentos obtidos pelo "Fantástico", da TV Globo, as primeiras prisões de Tuta ocorreram na década de 1990 por crimes com penas menores, como direção perigosa, porte ilegal de arma, extorsão e uso de documentos falsos. Em 2006, ele se aproximou do então principal chefe do PCC, Marcos Camacho, o Marcola.
Ao "Fantástico", o promotor Lincoln Gakyia afirmou que o Tuta participou ativamente dos negócios do PCC em 2006. Ele teria colaborado, inclusive, com os ataques de maio daquele ano, quando a facção criminosa provocou caos em São Paulo.
A polícia prendeu Tuta em dezembro de 2006 e o levou para Penitenciária II de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo. Nessa época, Marcola cumpria pena na mesma penitenciária, o que fez crescer a relação de confiança entre os dois.
Em 2018, já em liberdade, Tuta foi contratado como adido comercial do consulado de Moçambique em Belo Horizonte, pelo salário de R$ 10 mil. Imagens mostram jantares de negócios, e revelam a proximidade entre Tuta e o então cônsul Deusdete Januário Gonçalves.
Em depoimento à justiça, Gonçalves declarou que Tuta preenchia todos os requisitos necessários para o cargo e tinha como missão apresentar ao consulado empresas dispostas a investir em Moçambique. Para o Ministério Público, o interesse do traficante era outro.
Atualmente, Tuta está preso na penitenciária federal de segurança máxima de Brasília, onde também está Marcola. As autoridades garantiram que os dois não vão ter qualquer tipo de contato.
Na última quinta-feira, 22, a polícia prendeu também um major da polícia boliviana identificado como o major Gabriel Soliz, suspeito de dar proteção a Tuta. O segurança foi preso após aparecer conversando com o traficante pouco antes de ele ser preso, em um centro comercial.