'Falar sobre favela, sobre morro, sem ter arma', diz Rodrigo França sobre filme da Netflix 'Barba, Cabelo e Bigode' 1y13d
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Em entrevista ao Sala de TV do Terra desta quarta-feira, 14, ele destaca que o longa o colocou em um marco histórico do audiovisual brasileiro e precisou estudar para dirigir. “Sou o primeiro diretor negro de streaming no Brasil de conteúdo original”, destacou.
“Eu tive um grande período estudando cinema. [...] Quero saber iluminar, quero saber fotografar. Foi delicioso, um filme que eu pude fazer um trabalho onde eu 100% acreditei. Porque às vezes você pega um projeto que é uma oportunidade e você desacredita e faz pra não perder. Mas esse foi um filme que eu acreditei”, explica França.
O dramaturgo conta que foi convidado a Universidade de Nova Iorque (New York University - NYU) para falar sobre o filme e foi surpreendido ao ouvir dos presentes que só conheciam o subúrbio negro brasileiro a partir de produções como "Tropa de Elite" e "Cidade de Deus". “Você traz outra lógica sobre negritude. E aí, pra mim, isso é um grande feito. Falar sobre favela, sobre morro, não tendo arma. Não precisa. Porque não é só isso. Isso é só um foco. Tem outros focos que a gente pode mostrar. Principalmente na relação de família”, diz.
“É interessante a gente pensar na periferia no sentido de o quão plural a periferia pode ser. E quanto ela é plural, quanto as pessoas são diferentes. Quanto a gente é rica. [...] Tem essas dificuldades, mas não é só isso. E potencializar a riqueza no sentido das relações, das tecnologias desenvolvidas pra subverter a pobreza, subverter a violência. Isso me interessa como artista. E é delicioso”, destaca.
De acordo com ele, demorou para conseguir desfrutar da conquista e que chegou a ser tema na terapia, mas hoje, é sabe reconhecer o feito. Veja a entrevista completa:
O Sala de TV vai ao ar às quartas-feiras, às 15h, ao vivo na home do Terra, no Youtube e nas redes sociais do Terra.
