Governo Lula espera diminuir resistência ao acordo Mercosul-UE em visita à França 346m72
O governo aposta que o tarifaço do presidente americano Donald Trump possa ser um aliado indireto do acordo Mercosul-União Europeia 5a4e5f
O governo Lula aposta que a instabilidade gerada pela política comercial dos EUA possa reduzir resistências ao acordo Mercosul-União Europeia, com avanços esperados durante visita à França em junho, que inclui encontros com Macron e uma agenda ampla de interesses bilaterais.
. Esta é uma das apostas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que espera concluir a do tratado ainda este ano, durante a reunião de cúpula do bloco sul-americano em Brasília. O governo brasileiro espera obter avanços neste sentido durante a visita de Lula à França, entre 5 e 9 de junho. y4r15
A avaliação é a de que o baque causado pela imprevisibilidade e pelas políticas unilaterais de comércio dos EUA contribua para reduzir as resistências à obtenção de um consenso com os países europeus, principalmente a França.
Este é um dos temas da visita de Estado que Lula fará ao país entre os dias 5 e 9 de junho. A agenda ainda inclui a participação do presidente em um grande evento empresarial e na 3ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, em Nice.
Este é um ano importante para os dois países e para a longa agenda de interesses comuns.
Durante a visita de Estado, Lula se encontrará na capital sa com o presidente Emmanuel Macron, com quem deve discutir a relação bilateral, além de temas como geopolítica, defesa e meio ambiente.
Neste ano, o Acordo de Paris completa uma década. Os ses querem organizar um evento para celebrar a data às margens da COP30, que será realizada em Belém, em novembro.
Na agenda parisiense, o presidente brasileiro deve participar de um evento empresarial "robusto", cujos detalhes ainda estão sendo negociados.
Embora a corrente de comércio entre os dois países não esteja entre as mais expressivas da Europa, a França possui grandes investimentos no Brasil.
Os dois presidentes também devem discutir o ProSub, resultado da parceria estratégica firmada em 2008 entre as duas nações, no maior projeto de defesa do Brasil, cujo orçamento gira em torno de R$ 40 bilhões.
A agenda de Lula ainda está em fase de negociação. A primeira parte da viagem, a visita de Estado propriamente dita, deve ocorrer de 5 a 7 de junho.
A segunda, entre os dias 7 e 9 de junho, será na cidade balneária de Nice, que sediará a 3ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos. Lula participará, na manhã do dia 9, da abertura do evento, considerado de extrema importância no contexto da COP30.
O acordo Mercosul-União Europeia também estará em pauta. Trata-se de um tema caro ao presidente Lula, que deseja vê-lo assinado até o final deste ano. Para que os europeus aprovem o entendimento, ainda é preciso submetê-lo a duas instâncias fundamentais: o Conselho e o Parlamento Europeus.
No primeiro, é necessário obter o apoio de 15 dos 27 países do bloco, que juntos representem pelo menos 65% da população. No segundo, é exigida maioria simples.
Na avaliação do governo brasileiro, a etapa mais difícil deve ser justamente a do Conselho. No entanto, o cenário internacional e a própria configuração das instituições europeias neste segundo semestre podem influenciar positivamente o acordo.
O Conselho será presidido pela Dinamarca, país mais favorável ao pacto. Segundo interlocutores do governo, mesmo os países que demonstraram maior resistência até aqui — como França, Polônia e Áustria — teriam dado sinalizações recentes de boa vontade.
Plataformas digitais 1o336i
Isso pode representar o fim de um processo que se arrasta há um quarto de século e um ponto de aproximação entre os dois blocos econômicos, em um momento em que EUA e China disputam espaço na América Latina.
Outro tema que deve estar na pauta de Lula e Macron é o do monitoramento e da transparência das plataformas digitais.
Recentemente, os EUA afirmaram que restringir os direitos dessas plataformas no mercado europeu seria um ataque às empresas americanas. Este é outro assunto considerado fundamental pelo governo do presidente Lula, sobretudo em ano pré-eleitoral. A União Europeia está na dianteira do processo de regulamentação das plataformas, o que também aproxima o bloco do Brasil.