Mariana Becker reflete sobre machismo em trajetória no jornalismo esportivo: 'Confrontos' 712j1k
Em entrevista à Contigo!, Mariana Becker, jornalista de Fórmula 1, falou sobre os desafios ao longo de sua carreira para se destacar na área esportiva 6p455j
Primeira mulher brasileira a cobrir um campeonato mundial de Fórmula 1 na televisão, Mariana Becker é uma das grandes referências na área esportiva. Com mais de 20 anos de carreira, sendo 20 apenas dedicados ao esporte de automobilismo, a jornalista não esconde sua gratidão em ser uma inspiração para tantas mulheres. Em entrevista à Contigo!, a comunicadora falou sobre os preconceitos que enfrentou ao longo de sua trajetória profissional. 365l51
Apesar de ser uma área ainda parcialmente dominada pelos homens, Mariana Becker contou que sempre contou com o apoio de sua família para se entregar aos sonhos: "Eu fui criada pelo meu pai e pela minha mãe, sempre estimulada a fazer o que eu tivesse vontade. Nunca houve assim a limitação, nunca foi pelo fato de eu ser mulher. Havia limitação por outras coisas, ou porque eu ainda era muito jovem, ou porque o lugar era perigoso, ou alguma coisa desse tipo".
"Mas nunca ouvi: 'Olha, não, isso aí porque isso não é uma coisa para mulher fazer'. Pelo contrário, meu pai sempre se sentia muito orgulhoso de mim. E da mesma forma, meu irmão, meus primos, meus tios, quer dizer, a relação que eu tenho com os homens da minha família e com os meus grandes amigos sempre foi uma relação de parceria e de cumplicidade. Não era uma relação de oposição. Então, eu tive também muita sorte de ter sido criada nesse meio", acrescentou.
Apesar disso, a jornalista começou a sentir certa resistência quando ou a ganhar mais destaque na área esportiva. "A oposição começou a surgir depois, na minha vida já mais adolescente e adulta, que eu comecei a ver limites ou confrontamentos onde eu jamais imaginava, ou confrontos, mas não onde eu fui criada", confessou.
Mesmo sendo a primeira mulher brasileira a cobrir um campeonato mundial de Fórmula 1, Mariana Becker afirmou que não tinha muita ideia de que representava tanto para mulheres e meninas. "Foi assim uma agradabilíssima surpresa, porque na verdade quando eu comecei o jornalismo e também comecei a surfar, comecei a fazer coisas que eu não via muito as mulheres fazendo, eu ficava muito feliz cada vez que eu encontrava alguém que fazia o que eu estava afim ou que estava no lugar que a gente não via muita mulher. E, mesmo que eu não quisesse fazer, eu ficava feliz de ver aquilo e queria explorar, e isso fez com que eu começasse o jornalismo, que eu comecei o jornalismo fazendo matéria sobre essas mulheres", apontou.
"Eu descobri essas mulheres, a primeira mulher, a primeira gaúcha, a voar de asa-delta, as primeiras surfistas do Brasil. Enfim, eu fui descobrindo essas pessoas e também, dentro do jornalismo, me encantava também com quem foi desbravando, então eu me sinto muito contente, fico muito feliz cada vez que eu recebo uma mensagem, eu encontro meninas e mulheres, às vezes mulheres bem mais velhas do que eu também, e que dizem: 'Olha, eu fico tão contente de ver você, de ouvir você, lá eu me sinto acolhida no meu gostar, no meu prazer, que é o automobilismo, eu fico orgulhosa de te ver'", relembrou.
"Enfim, e eu fico muito feliz, né, a gente fala a mesma língua, às vezes, uma língua que estava ali escondida, que estava falando baixinho, ou que nem saía, de repente tem uma conexão maior. E com isso também, obviamente, vem a diversão. Há vários homens também, mas é muito mais significativo para as meninas, para as mulheres", finalizou a jornalista.
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