Kneecap responde à acusação de terrorismo: 'Estamos orgulhosamente ao lado do povo' 1b3a16

Kneecap se pronunciou após o integrante da banda, Mo Chara, ter sido acusado ontem de um crime relacionado ao terrorismo no Reino Unido, decorrente de um incidente em que ele supostamente exibiu uma bandeira do Hezbollah no palco durante um show em Londres. 5z4e2g

Embora o show tenha ocorrido em novembro de 2024, a Polícia Metropolitana de Londres só tomou conhecimento do suposto incidente em abril de 2025, quando um vídeo de Chara (nascido Liam Óg Ó hAnnaidh) e da bandeira do Hezbollah surgiu online.

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"Negamos essa 'acusação' e iremos nos defender veementemente," escreveu a banda no Instagram. "Isso é repressão política. É um espetáculo de distração. Nós não somos a história. O genocídio é. Enquanto lucram com o genocídio, usam uma 'lei antiterrorismo' contra nós por exibir uma bandeira jogada no palco. Uma acusação que nem é séria o suficiente para ir à 'crown court', e sim a um tribunal que nem sequer tem júri. Qual é o objetivo?"

Eles continuaram: "Restringir nossa capacidade de viajar. Impedir que falemos com jovens ao redor do mundo. Silenciar vozes de compaixão. Processar artistas que ousam se manifestar. Em vez de defender pessoas inocentes, ou os princípios do direito internacional que afirmam defender, os poderosos na Grã-Bretanha têm colaborado com o massacre e a fome em Gaza, assim como fizeram na Irlanda durante séculos. Ontem, como hoje, alegam ter justificativa."

A declaração concluiu: "Estamos orgulhosamente ao lado do povo. Vocês estão cúmplices dos criminosos de guerra. Nós estamos do lado certo da história. Vocês não. Vamos enfrentá-los no tribunal. Vamos vencer. Palestina livre."

O show em questão ocorreu no O2 Forum, em Kentish Town, Londres, em 21 de novembro de 2024. No vídeo que circula, o trio irlandês de rap pode ser ouvido gritando "viva o Hamas, viva o Hezbollah", além de dizer à plateia, composta por políticos conservadores britânicos: "O único bom Tory é um Tory morto. Matem seu deputado local." Tanto o Hamas quanto o Hezbollah são organizações proibidas no Reino Unido, e é crime demonstrar apoio a elas.

Após a notícia da investigação, Kneecap divulgou uma declaração: "Sejamos inequívocos: nós não apoiamos, e nunca apoiamos, o Hamas ou o Hezbollah," afirmando que o vídeo em questão foi "um trecho de uma gravação, deliberadamente retirado de todo o contexto, que agora está sendo explorado e usado como arma, como se fosse um chamado à ação."

Ó hAnnaidh recebeu a acusação de crime relacionado ao terrorismo por correspondência. Ele deve comparecer ao Tribunal de Magistrados de Westminster em 18 de junho.

Kneecap tem sido um forte apoiador da Palestina ao longo de sua carreira, traçando paralelos entre a opressão do povo irlandês pela Inglaterra e a opressão do povo palestino por Israel. Durante sua apresentação no Coachella, em abril, a banda fez declarações pró-Palestina no palco, resultando em uma repercussão negativa já esperada.

Ao final de sua apresentação, no início da noite, Kneecap exibiu três mensagens em telas, que depois compartilharam nas redes sociais com a legenda: "Algumas mensagens sem censura para o Coachella." A primeira dizia: "Israel está cometendo genocídio contra o povo palestino", seguida por "isso está sendo permitido pelo governo dos EUA, que arma e financia Israel, apesar dos crimes de guerra" e, por fim, "F***-se Israel. Palestina livre."

Em 2024, Kneecap disse à Rolling Stone que "por causa de onde viemos, tudo tem que ser sobre política", destacando sua origem na Irlanda do Norte. "Somos uma banda, po***. Fazemos música. Obviamente, fazemos coisas que são políticas. Mas me preocupa que, só porque somos uma banda de Belfast que canta rap em irlandês, toda vez que há uma crise política, eles falam: 'Ah, vamos perguntar ao Kneecap o que eles acham'", disse Mo Chara.

Ele deixou clara a posição do grupo: "Não importa quem você seja, de onde venha. Só porque fazemos rap em irlandês e talvez não nos alinhemos com suas visões políticas — podemos ser amigos de pessoas com quem não concordamos politicamente."

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