Os 8 filmes de Missão: Impossível, do pior ao melhor, segundo Rolling Stone 5n2k2
Com a estreia de Missão: Impossível - O Acerto Final, já em cartaz nos cinemas brasileiros, a Rolling Stone Brasil rankeou toda a franquia de ação 555cb
Dois anos após Missão: Impossível - Acerto de Contas e 29 anos após o lançamento do primeiro filme, Missão: Impossível, uma das maiores franquias cinematográficas de ação, voltou às telonas: Missão: Impossível - O Acerto Final já está em cartaz nos cinemas brasileiros para encerrar as aventuras do agente Ethan Hunt, vivido pelo astro Tom Cruise. 22374x
Para celebrar a estreia, Rolling Stone Brasil revisitou todos os filmes — incluindo o oitavo capítulo, cuja crítica você pode ler clicando aqui — e organizou a franquia de seu pior até o seu melhor longa. A seguir, confira o nosso ranking definitivo de Missão: Impossível.
8º lugar: Missão: Impossível - Acerto de Contas (2023) 324r2y
Como todo ranking, esse também terá suas polêmicas, e já começamos elas com o penúltimo filme da franquia no último lugar. Apesar do filme manter a excelência técnica que consagrou Missão: Impossível, este sétimo capítulo carrega o peso de ser "apenas" uma introdução, o que deixa um gosto de algo inacabado. Algumas cenas já ficaram nos anais da saga, como a perseguição em Roma em um Fiat 500 amarelo e a sequência do trem mais ao final, mas falta a coesão narrativa que consagrou os melhores filmes da série.
Missão: Impossível 7 introduz A Entidade, uma inteligência artificial que, embora seja uma ameaça global, perde parte do impacto por não ser um inimigo palpável, mesmo que essa natureza também a torne inquietante. O vilão humano, Gabriel (Esai Morales, La Bamba), é ligado ao ado de Ethan Hunt, mas não chega a ser tão ameaçador, soando mais como um antagonista falastrão. Já Grace (Hayley Atwell, Agente Carter), uma ladra habilidosa e carismática, acaba assumindo espaço na trama que antes era ocupado por Ilsa Faust (Rebecca Ferguson, Doutor Sono), numa dinâmica que marca uma das mudanças mais sentidas do filme.
Ainda assim, há muito mérito em manter a qualidade lá no alto após tantos anos e entregando um capítulo que prepara o terreno para a conclusão. A direção de Christopher McQuarrie segue sólida, mas a expectativa ficou mesmo para a Parte 2, ou melhor, para O Acerto Final.
7º lugar: Missão: Impossível II (2000) 335324
Dirigido pelo cineasta chinês John Woo (Alvo Duplo), este é frequentemente considerado o filme mais fraco dentre todos Missão: Impossível. Discordamos, pois há certo valor em sua abordagem. Os slow motions exagerados, tiroteios acrobáticos, explosões em câmera lenta e uma estética marcada pelo excesso são uma marca da virada dos anos 1990 para os anos 2000, fazendo com que o longa seja um dos mais expressivos de seu tempo. Sem falar na icônica cena da escalada inicial em Moab, Utah. Uma das melhores da franquia.
É certo que a trama sobre um vírus mortal e sua cura seja rasa e previsível, além de se apoiar demais no romance entre Ethan Hunt (Tom Cruise) e a ladra Nyah Nordoff-Hall (Thandiwe Newton, Westworld), que convenceu ninguém. Em paralelo a isso, a visão de John Woo, marcada por tiroteios coreografados, pombas voando em câmera lenta e frases de efeito, acabou envelhecendo mal para muitos fãs, que preferem os filmes mais tensos e realistas que vieram depois.
No entanto, vale destacar a importância do filme, que foi um grande sucesso de bilheteria, arrecadando cerca de US$ 546 milhões no mundo todo, superando o primeiro e consolidando a franquia como um sucesso comercial. Se não está entre os melhores, justamente por diferir tanto da essência mais sóbria e sofisticada da saga, certamente estar tão abaixo no ranking não o desonra. Na linguagem popular, é como se fosse um guilty pleasure. Dá pra se divertir.
6º lugar: Missão: Impossível 3 (2006) 2r3s5t
Com direção de J.J. Abrams (Star Wars: O Despertar da Força), o terceiro filme renovou a franquia ao trazer mais emoção e foco no lado humano de Ethan Hunt. Quando olhamos para Missão: Impossível no geral, este terceiro filme parece marcar uma mudança de tom, saindo de uma ideia mais capitular para uma proposta de continuidade, algo que seria melhorado por Christopher McQuarrie dois filmes depois.
A trama focada na vida privada de Ethan Hunt, colocando sua esposa (Michelle Monaghan, The White Lotus) em perigo investe em cenas de ação mais intensas e diretas, mas o seu maior trunfo é mesmo o vilão marcante vivido por Philip Seymour Hoffman (O Mestre). Por um lado, essa humanização de Ethan e o ritmo acelerado são pontos positivos — e jamais foram abandonados; no entanto, a trama é simples demais, com elementos melodramáticos que destoam do suspense e da espionagem clássica da franquia.
5º lugar: Missão: Impossível - O Acerto Final (2025) 5t1f5k
O aguardado desfecho da saga de Ethan Hunt tem seus méritos e momentos de ação que empolgam, mas não alcança o nível dos melhores da franquia porque peca em pontos importantes. A narrativa, especialmente no começo, soa por vezes redundante, quase como uma reconstituição do filme anterior, e se apoia demais em diálogos expositivos e cenas que relembram os os já dados pelo herói vivido por Tom Cruise. Essa repetição e a suspensão da descrença frequente, embora parte da identidade da série, aqui aparecem de forma mais evidente, tirando um pouco do frescor que os filmes anteriores tinham.
Outro fator que mantém O Acerto Final atrás de títulos como Fallout, Protocolo Fantasma e Nação Secreta é a falta daquele ritmo frenético e criatividade nas cenas de ação que marcaram esses filmes. Apesar de ter sequências potentes, como a do submarino e a dos aviões, já no clímax, elas não inovam tanto, trazendo uma sensação de déjà-vu, ainda que entreguem a tensão e a emoção esperadas. Além disso, o vilão Gabriel, apesar de trazer consigo uma ameaça global, não consegue ser tão impactante quanto antagonistas anteriores — e isso já é herdado do capítulo anterior.
Por fim, mesmo com sua carga emocional e homenagem ao legado de Ethan Hunt e Tom Cruise, O Acerto Final é um filme que funciona melhor para quem já é fã da saga, não se sustentando tão bem sozinho. Sua grandiosidade está mais na emoção de uma despedida do que em uma experiência cinematográfica revolucionária. Por isso, ele fica na 5ª posição: um encerramento digno e com momentos altos, mas que não supera as obras mais inventivas e vigorosas da franquia.
4º lugar: Missão: Impossível - Nação Secreta (2015) 2k436r
Christopher McQuarrie assumiu a direção aqui para não abandonar até o fim. Ele trouxe um tom mais sóbrio e meticuloso, reforçando a ideia de planos complexos e duplas traições, o que lembra o estilo do primeiro filme, lá de 1996. Além disso, seu filme introduziu Ilsa Faust (Rebecca Ferguson, Doutor Sono), uma das personagens mais carismáticas e ambíguas da série, que rouba várias cenas e adiciona uma dinâmica à equipe de Ethan Hunt.
Por falar nela, vale lembrar da cena da ópera em Viena, que é uma aula de tensão e mise-en-scène: enquanto Ethan tenta impedir um assassinato, vários atiradores se posicionam no meio da encenação de "Turandot". A cena é conduzida quase sem diálogos, com muita precisão, e exemplifica bem o estilo mais refinado e menos espalhafatoso que McQuarrie trouxe ao filme.
O filme possui muitos trunfos, como as cenas de ação feitas em que Tom Cruise dispensa dublês, as quais, apesar de bem executadas, não são tão inventivas ou icônicas quanto as de outros filmes da franquia, como a escalada no Burj Khalifa, em MI4, ou o salto de paraquedas, em MI6. Além disso, o vilão Solomon Lane (Sean Harris, O Rei), embora eficiente como cérebro por trás do Sindicato, é menos ameaçador ou carismático em comparação a vilões anteriores, como o interpretado por Philip Seymour Hoffman no terceiro filme. E é só por isso que não está mais acima no ranking, embora seja um ótimo filme.
3º lugar: Missão: Impossível (1996) 1d446x
O clássico dirigido por Brian De Palma (Carrie, a Estranha) continua sendo uma obra sofisticada e cheia de estilo, marcada por tensão constante, reviravoltas memoráveis e cenas icônicas, como a famosa invasão ao cofre suspenso por cabos — que ganha um aceno e um retorno emocionante em Missão: Impossível - O Acerto Final.
De Palma usa seus recursos visuais característicos, como lentes divididas, ângulos ousados e iluminação saturada, criando um thriller elegante e com muita personalidade. Apesar de alguns aspectos parecerem datados, o filme permanece um exemplo de "prestígio" no cinema de ação. Diferente dos capítulos seguintes, aqui a ação e o suspense são mais realistas, com menos dependência de equipamentos super high-tech, tão comuns na franquia.
Enquanto para alguns isso pode diminuir a sensação do "impossível", para nós esse equilíbrio torna o filme de 1996 ainda mais charmoso e especial. Além disso, ele reinventou o gênero de espionagem ao trazer um toque moderno e sofisticado, sem abrir mão da tensão clássica dos filmes de espião, merecendo figurar no top 3 da franquia.
2º lugar: Missão: Impossível - Protocolo Fantasma (2011) 5k1w14
Em segundo lugar no nosso ranking está Missão: Impossível - Protocolo Fantasma, que marca um dos pontos altos da franquia, revitalizando a série com energia e sequências de ação espetaculares. A direção ficou a cargo de Brad Bird, vindo da animação Os Incríveis, surpreendendo pela inventividade visual e pelo domínio da linguagem do cinema de ação.
A icônica cena de Ethan Hunt escalando o Burj Khalifa, em Dubai, é uma das mais memoráveis da franquia, combinando tensão, vertigem e a entrega física total de Tom Cruise. Além dela, vale citar a cena de perseguição no deserto, em meio a uma tempestade de areia que limita a visibilidade quase a zero.
Mas o que engrandece mesmo este MI4 é o fato dele equilibrar perfeitamente ação, humor e improviso. Diferente de outros capítulos, aqui a falha e o erro fazem parte do plano, reforçando o caráter humano da equipe e criando situações mais imprevisíveis e empolgantes. Além disso, o elenco de apoio é excelente: Jeremy Renner (da minissérie Gavião Arqueiro) adiciona solidez ao grupo, enquanto Paula Patton (Dose Dupla) brilha com uma presença marcante, sendo uma grande pena que não tenha retornado nos filmes seguintes.
Outro grande mérito de Protocolo Fantasma é como ele pavimentou o caminho para a franquia atingir um novo patamar, deixando claro que Missão: Impossível poderia ser mais do que um veículo para Tom Cruise, tornando-se uma série de ação coesa, criativa e surpreendente. O único demérito é que o confronto final, apesar de apresentar uma coreografia interessante em um estacionamento automatizado, fique aquém das demais sequências de ação do próprio filme.
1º lugar: Missão: Impossível - Efeito Fallout (2018) 2h4l1w
O auge da franquia. Cinco filmes depois, após ar pelas mãos de John Woo, J.J. Abrams e Brad Bird, a franquia encontrou estabilidade e excelência nas mãos de Christopher McQuarrie. Após um ótimo trabalho em Nação Secreta, ele se torna o primeiro diretor a comandar dois filmes da série e, aqui, entrega um espetáculo absoluto, elevando o nível da ação a patamares quase inacreditáveis.
Parece que McQuarrie quer se superar a cada nova sequência de ação — não só ele, Tom Cruise também! Não há apenas uma cena de perseguição, ou uma sequência de troca de socos, ou um momento aéreo eletrizante. Há tudo isso. McQuarrie amplia e intensifica cada sequência, deixando o espectador sem tempo para respirar. Existem, no mínimo, cinco cenas de tirar o fôlego, entre elas: Tom Cruise correndo por telhados, pulando de um avião, pilotando uma moto sem capacete pelas ruas de Paris e conduzindo um helicóptero em um clímax absurdamente tenso.
A presença de Henry Cavill (O Homem de Aço) como August Walker ajuda a acrescentar tensão — além de nos oferecer uma excelente sequência de ação corpo a corpo em um... banheiro! —, oferecendo um antagonista à altura do protagonista.
Além da ação, o filme se destaca pela trama emocionalmente envolvente, que amarra pontas soltas dos capítulos anteriores com o retorno de personagens importantes, como Ilsa Faust (Rebecca Ferguson) e Julia (Michelle Monaghan), que adiciona a carga emocional que faltou nos capítulos anteriores, conferindo um peso dramático inédito à história de Ethan Hunt. Não à toa, lidera o nosso ranking.
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