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De aves para humanos: cientista explica o risco real de uma mutação gerar uma pandemia de gripe aviária 143c17

Felizmente, a transmissão entre humanos ainda é extremamente rara. Mas isso pode mudar, e é esse risco que nos obriga a atenção contínua 34482v

18 mai 2025 - 14h03
(atualizado em 27/5/2025 às 14h54)
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Nas últimas décadas, viemos assistindo a uma silenciosa aproximação entre vírus aviários e o corpo humano. E entre todas as ameaças potenciais, o vírus da gripe aviária, especialmente o H5N1, está no topo da lista de organismos que preocupam cientistas e autoridades de saúde no mundo todo. u713w

Recentemente, o Brasil registrou, pela primeira vez, um foco de gripe aviária em granja comercial, e não apenas em aves silvestres. Pode parecer mais um dado técnico, mas esse evento altera significativamente o cenário de risco.

Isso porque, quando o vírus se instala em ambientes com alta densidade de aves e constante presença humana, como granjas, aumenta-se muito a chance de o vírus sofrer mutações. Mutações que, eventualmente, podem facilitar a transmissão entre pessoas, algo que ainda não ocorre de forma sustentada com o H5N1.

O que é o H5N1? 6k3d14

O H5N1 é um tipo de vírus Influenza A. Ele circula principalmente em aves, mas pode infectar mamíferos, incluindo humanos, em condições específicas. Até o momento, os casos em pessoas são raros, mas graves: a taxa de letalidade ultraa 50% entre os infectados confirmados pela OMS.

Felizmente, a transmissão entre humanos ainda é extremamente rara. Mas isso pode mudar, e é esse risco que nos obriga a atenção contínua.

Por que a mutação é uma preocupação real? 2l3e20

Os vírus Influenza têm uma capacidade natural de mutar. Eles trocam partes do seu material genético (em um processo chamado rearranjo gênico) quando dois tipos diferentes infectam o mesmo hospedeiro. Se isso acontecer entre um vírus aviário e um vírus humano, pode surgir uma nova variante com o pior dos dois mundos: alta letalidade e fácil transmissão.

Foi algo semelhante que aconteceu com o H1N1, em 2009. Ele tinha genes mistos de gripe humana, suína e aviária — e se espalhou rapidamente pelo planeta.

O que muda com o foco comercial? 21f53

O vírus circulando em granjas significa exposição contínua e massiva de humanos ao patógeno. É diferente de um caso isolado em aves silvestres. Trabalhadores dessas granjas estão em contato direto com secreções, fezes, plumas e superfícies contaminadas. Cada exposição é uma oportunidade de o vírus se adaptar.

Além disso, o contato próximo com mamíferos, como suínos ou até mesmo gado (em surtos recentes nos EUA), pode funcionar como uma ponte evolutiva para que o vírus "aprenda" a infectar melhor humanos.

Estamos preparados? 1b5o6

Em tese, sim. O Brasil tem sistemas de vigilância bem estruturados tanto na saúde animal quanto na humana. Mas o elo entre essas áreas precisa ser fortalecido. A estratégia chamada "One Health" ("Saúde Única") propõe exatamente essa integração — saúde humana, animal e ambiental atuando em conjunto.

É fundamental monitorar trabalhadores expostos, oferecer testagem rápida, garantir o uso de equipamentos de proteção e fortalecer os protocolos de biossegurança nas granjas.

Além disso, precisamos ampliar o sequenciamento genético de amostras positivas, tanto em aves quanto em pessoas com sintomas respiratórios em áreas de risco.

O que a população precisa saber? 6n1w9

Antes de tudo: não há risco de contrair gripe aviária ao comer frango ou ovos, desde que estejam devidamente cozidos. O risco real está no ambiente de criação intensiva de aves e na vigilância da cadeia de transmissão.

Outro ponto importante é a comunicação pública responsável. Pânico não ajuda. O que precisamos é de atenção técnica, prevenção e capacidade de resposta rápida: aprendizados que a pandemia de COVID-19 deixou bem evidentes.

The Conversation
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Foto: The Conversation

Klinger Soares Faíco Filho é fundador do InfectoCast, podcast dedicado à educação médica

The Conversation Este artigo foi publicado no The Conversation Brasil e reproduzido aqui sob a licença Creative Commons
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