Kleber Mendonça Filho exalta 'exército digital' do Brasil e diz ser cedo para falar em Oscar com 'O Agente Secreto' 8eg
Longa-metragem levou 4 prêmios no Festival de Cannes no último fim de semana 2p1q13
O diretor Kleber Mendonça Filho contou, em entrevista ao Terra Agora, o que pensa sobre as chances de indicação do filme O Agente Secreto ao Oscar 2026. 3f624g
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"É cedo para responder essa pergunta. O brasileiro é maravilhoso. A gente viu agora o que aconteceu com Ainda Estou Aqui. O exército digital brasileiro é fantástico. Inclusive, comentaram muito comigo em Cannes: 'Poxa, esse filme indo pra frente com a temporada de prêmios vai ter todo o exército digital brasileiro", brincou.
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"Mas eu vou aonde o filme vai. Eu não puxo o filme para ele vir, o filme vai e eu tento acompanhar. Foi assim que fiz com meus outros filmes. Se ele seguir nessa temporada de prêmios, eu vou seguir atrás", completou.
O longa-metragem foi premiado duas vezes no Festival de Cannes 2025 no último fim de semana, sendo um de Melhor Ator, para Wagner Moura, e outro de Melhor Diretor, para Kleber. O filme também ganhou outros dois prêmios em votações paralelas: o Prêmio da Crítica e o Prix de Cinémas d'Art et Essai.
Na trama, Wagner interpreta Marcelo, um especialista em tecnologia que retorna a Recife, sua cidade natal, depois de alguns anos fora. Ele, então, começa a descobrir que a cidade esconde perigos e segredos. O longa se a em 1977.
"É um filme misterioso. Ele tem sido descrito por muitas críticas internacionais como eletrizante e empolgante", disse. "Ele se a num momento em que o Brasil estava amargando. Ele é muito mais uma reconstrução histórica feita a partir de muita pesquisa e muito da minha própria lembrança, do que os mais velhos me aram", afirmou.
Após o sucesso em Cannes, o filme será apresentado na Austrália, na próxima semana. Antes de chegar ao Brasil no segundo semestre de 2025, o longa-metragem ará por outros países em festivais de cinema.
Visão política 1d1f4m
Durante a entrevista ao Terra Agora, Kleber também comentou sobre o ocorrido com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, na última terça-feira, 27. "Fico enojado com um incidente desses. Eu acho que nós, como país, cultura, nação, nós estamos tentando sair de uma fossa", disse.
O cineasta também chamou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, de "golpe", e destacou que ficou indignado com o modo com o qual Marina Silva foi tratada no Senado Federal.
"Você tem uma ministra que tem um trabalho dedicado a vida inteira ao meio ambiente, da região de onde ela vem, que expandiu o trabalho dela pelo Brasil. Como uma ministra de Estado é tratada daquela forma por aqueles homens? Eu fico sem entender", declarou.
"É a primeira vez que eles estão vivendo em sociedade? Eu não entendo como isso é possível em um ambiente democrático, alguém se referir a uma ministra, a uma mulher, a uma senhora daquela forma", concluiu.
