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Excomunhão para quem rompe silêncio e 'carteira de identidade' do papa: as curiosidades do conclave no Vaticano f2p70

Enquanto o mundo todo tem os olhos voltados para a Capela Sistina, no Vaticano, onde começou nesta quarta-feira (7) o conclave para eleger o novo papa, detalhes sobre esta eleição secreta atraem curiosidade. Quais foram os conclaves mais curtos e mais longos da história da Santa Sé? Como e em que idioma a cerimônia foi conduzida? Por que o nome escolhido pelo novo Sumo Pontífice também é uma mensagem enviada à comunidade cristã? 2n3b50

7 mai 2025 - 11h14
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Enquanto o mundo todo tem os olhos voltados para a Capela Sistina, no Vaticano, onde começou nesta quarta-feira (7) o conclave para eleger o novo papa, detalhes sobre esta eleição secreta atraem curiosidade. Quais foram os conclaves mais curtos e mais longos da história da Santa Sé? Como e em que idioma a cerimônia foi conduzida? Por que o nome escolhido pelo novo Sumo Pontífice também é uma mensagem enviada à comunidade cristã?  6j6l6s

Esta foto tirada e distribuída em 6 de maio de 2025 pela The Vatican Media mostra a Capela Sistina na véspera do conclave no Vaticano. (Foto de Handout / VATICAN MEDIA / AFP)
Esta foto tirada e distribuída em 6 de maio de 2025 pela The Vatican Media mostra a Capela Sistina na véspera do conclave no Vaticano. (Foto de Handout / VATICAN MEDIA / AFP)
Foto: AFP - HANDOUT / RFI

O conclave é a assembleia de todos os cardeais que estão em Roma para eleger o papa. O mais rápido da história durou apenas dez horas e elegeu Giuliano Della Rovere como chefe da Igreja Católica, adotando o nome de Júlio II. A sua figura está indiscutivelmente ligada ao Vaticano, pois foi sob o seu papado, em 1506, que se iniciou a construção da Basílica de São Pedro. Também foi ele quem encomendou ao pintor renascentista Michelangelo a criação do majestoso afresco que adorna o teto da Capela Sistina.

O conclave mais longo, por sua vez, remonta ao século XIII, e aconteceu em Viterbo, uma cidade no Lácio localizada ao norte de Roma. Após três anos de vacância no papado, São Boaventura, Superior Geral dos Franciscanos, convenceu o senhor da cidade a prender os cardeais eleitores, que não conseguiram chegar a um acordo sobre o nome do futuro papa. Exasperada, a população chegou a privar os cardeais de alimentos para acelerar a votação. Daí vem o nome conclave, do latim "cum clave", ou "com chave", na tradução livre para português.

Durante o segundo Concílio de Lyon, em 1274, o Papa Gregório X promulgou a constituição Ubi periculum, que instituiu formalmente o conclave, que se define, em particular, pelo confinamento e pela proibição de comunicação dos cardeais com o exterior.

A votação e a queima dos votos 1a5c2r

A Capela Sistina é palco de um processo altamente ritualizado onde cada objeto tem a sua função, começando pela chaminé, colocada no teto da famosa capela, mas também pelas duas estufas localizadas 30 metros abaixo. Sua importância é enorme, pois é de lá que sai a famosa fumaça, vista pelo mundo inteiro, preta ou branca. A fumaça é produzida pela queima de cédulas de votação e documentos relacionados a cada eleição, em um forno usado pela primeira vez durante o conclave de 1939.

Em 2005, ano em que Bento XVI foi eleito, uma segunda estufa foi instalada para aumentar a visibilidade da fumaça no céu de Roma. Para os curiosos em química, a fumaça preta é composta de perclorato de potássio, antraceno e enxofre, enquanto a fumaça branca é o resultado de uma mistura de clorato de potássio, lactose e colofônia. 

Para cada rodada de votação, cada cardeal recebe uma cédula retangular cujas dimensões exatas são 14 x 12 cm, para que possa ser dobrada em duas. Na parte superior está escrita em latim a frase "Eligiìo in Summum Pontificem" ("Eu elejo como Sumo Pontífice") e a metade inferior é usada para escrever o nome da pessoa a ser eleita. O uso de cédulas para a eleição do papa acontece pela primeira vez na eleição de Inocêncio III, em 1198.

Latim, a língua do conclave 37124d

Embora muitos cardeais conheçam pouco ou nem falem latim, a língua antiga continua em uso no Vaticano. Língua da liturgia por excelência, o latim é utilizado também nos documentos impressos pela tipografia do Vaticano. Assim, a lista de contagem de votos é, por exemplo, encerrada com esta fórmula: "Menis Maii- Anno MMXXV" ("Mês de maio de 2025").

Nem haveria conclave sem as suas fórmulas que ficaram para a posteridade: "Extra omnes!" ("Fora, todos!") pronunciado pelo mestre das celebrações litúrgicas antes de fechar as portas da Capela Sistina e, claro, o famoso "Habemus Papam" que é dito da sacada da Basílica de São Pedro, pouco antes de o mundo descobrir o rosto do novo eleito.

O nome do papa 3u1712

A escolha do nome de um papa funciona como a sua carteira de identidade: mostra suas raízes e uma direção. Assim, Bento XVI, durante sua primeira audiência geral em 27 de abril de 2005, explicou que sua escolha era uma homenagem ao seu predecessor Bento XV, que guiou a Igreja no período conturbado da Primeira Guerra Mundial, mas também uma homenagem a São Bento, padroeiro da Europa. Francisco, por sua vez, escolheu seu sobrenome em homenagem ao santo de Assis.

O primeiro ato do novo governante, ainda na Capela Sistina, é escolher um sobrenome. Mas nem todos mudam de nome. Dos 266 papas da história, apenas 129 mudaram a forma como se autodenominavam. O nome mais popular é João, usado pela primeira vez em 523, e o último foi João XXIII, em 1958. Outros nomes comuns são Gregório, Clemente, Inocêncio e Leão.

A influência do poder 3x5x4q

Durante muito tempo, o papado foi uma história política. Os príncipes muitas vezes impunham seu candidato, num Colégio Cardinalício muito menor e sobretudo europeu, dominado por italianos, espanhóis ou ses. Até o início do século 20, havia o "direito de exclusividade", um privilégio de veto desfrutado pela França, Espanha e Áustria.

Durante o conclave de 1903, que elegeu o Papa Pio X, foi o Cardeal Rampolla, Secretário de Estado de Leão XIII, quem recebeu mais votos. Mas o imperador austro-húngaro Francisco José vetou a decisão, elegendo Pio X. Mal eleito, ele aboliu todos os direitos exclusivos.

O conclave nunca foi imune a interferências externas, mas a Igreja quer proteger a liberdade dos cardeais. Ao entrar no conclave, eles entram em um verdadeiro bunker digital: seus celulares são confiscados e todas as comunicações são bloqueadas dentro dos muros do Vaticano. Qualquer tentativa de comunicação externa é punível com excomunhão.

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