‘Não tenho que pedir perdão’, disse Paulo Cupertino em julgamento 3h698
Segundo o autor do crime, outra pessoa teria assassinado ator Rafael Miguel e seus pais, João e Miriam 1d5xq
Paulo Cupertino negou ser o autor do assassinato de Rafael Miguel e seus pais durante o julgamento, no qual foi condenado a 98 anos de prisão. Ele acusou outra pessoa pelo crime, sem apresentar provas.
Paulo Cupertino declarou, durante o júri popular que não foi o autor do homicídio que vitimou o ator Rafael Miguel e de seus pais, João e Miriam, e por isso, não teria que ‘pedir desculpas’. 2e145c
O réu foi condenado a 98 anos de prisão em regime fechado na última sexta-feira, 30.
Enquanto era ouvido no plenário do Fórum da Barra Funda, em São Paulo, ele negou o crime -- apesar das provas em contrário --, afrontou os promotores e afirmou que o crime teria sido cometido por outro homem.
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"Impossível eu ter cometido esse crime. Eu não tenho que pedir perdão, tá? Porque não carrego isso no meu coração. Eu não tenho pesadelo, eu não sonho, eu não tenho arrependimento. Porque não vem a imagem de eu matando o Rafael, a senhora Miriam e o senhor João", disse em filmagem revelada pela TV Globo.
Embora a filha, Isabela Tibcherani, e a ex-esposa de Cupertino, Vanessa, tenham contado no júri que o réu era violento, controlador e proibia o namoro com o ator, ele insistiu em negar que sabia do relacionamento.
"Nunca na minha vida tive conhecimento do Rafael, da senhora Miriam, do senhor João, tá? Seria o maior privilégio da minha vida ter conhecido o Rafael. Então, foi vetado. Não por mim, porque eu nunca proibi. Eu nunca soube que a Isabela namorava. Quem era o Rafael da minha vida">Ele ainda menciona que pensou que o ‘vagabundo não ia matar’ Rafael e os pais, e disse que fugiu do local porque ninguém o resguardaria.
"'Ah, Paulo, mas você corre'. Eu não saio correndo, eu saio andando. A polícia não vai me dar segurança. Se eu abrir a boca e realmente falar o que eu vi, o que eu presenciei. Se eu for falar realmente o que eu presenciei, eu não estaria aqui", afirma.
No entanto, o promotor Rogério Zagallo, aponta que a versão é fantasiosa e que Cupertino tenta se colocar na condição de testemunha da execução. A arma do crime não foi encontrada, mas um dos elementos utilizados para encaixar o acusado na cena do crime são as cápsulas de uma pistola calibre 380.
O armamento é o mesmo que ele tinha em sua casa, além de outro revólver calibre 38. Mesmo com todos os elementos, o acusado voltou a negar que tenha matado as três vítimas.
"Agora, no dia dos fatos, eu não estava armado. Mostra para mim a filmagem que eu estava com arma na mão”, provocou novamente. As imagens que registraram o momento do crime desapareceram.
“Esse é um dos principais elementos que nos convenceu de que efetivamente foi o Paulo o autor dos disparos. A pistola calibre 380 disparada, ela projeta essas cápsulas. Então, próximas de onde essas cápsulas foram encontradas, estava o atirador. Isso impede que seja verdadeira a narrativa defensiva no sentido de que houve a interferência de uma terceira pessoa", diz o promotor.
Andarilho 6n3828
Em determinado momento do júri, o criminoso conta como ou os seis anos em que estava foragido. Segundo ele, ficou como ‘andarilho’, ‘comendo cocô de cavalo’. Mas ele dá um deslize ao final de sua fala: "Não matei mais ninguém”.
Para o promotor Thiago Marin, esse foi um ato falho, uma confissão. “A partir do momento em que ele diz 'não matei mais ninguém', automaticamente, ele está dizendo que ele já matou alguém. Ele mudou de identidade, mudou de nome, mudou de rosto, mudou de tatuagem, mudou de cidade, só não mudou de caráter. O verdadeiro caráter se revela ali na hora da responsabilidade".
Ainda tentando desviar da condenação, Cupertino diz que o julgamento era do ‘Paulo amante’ ou ‘dono de desmanches’, era do que estava ‘perto’ de três inocentes no momento do crime.