Fóssil inédito é descoberto no RS: nova espécie de réptil viveu há 235 milhões de anos 2gl2q
A espécie batizada como Itaguyra occulta pertence ao grupo dos silessaurídeos, parentes próximos dos dinossauros 1q1zp
Uma nova espécie de réptil do período Triássico foi identificada no Rio Grande do Sul e acaba de ser descrita por uma equipe de pesquisadores liderada pelo paleontólogo Voltaire Paes Neto, doutor pela UFRGS e atualmente pós-doutorando no Museu Nacional. O estudo foi publicado nesta sexta-feira (30) no periódico Scientific Reports, da renomada revista Nature. 53zs
A espécie batizada como "Itaguyra occulta" pertence ao grupo dos silessaurídeos, parentes próximos dos dinossauros. A descoberta se baseia na análise de dois ossos da cintura pélvica - um ílio e um ísquio - encontrados em rochas do Triássico no território gaúcho. Segundo os autores, trata-se de uma peça-chave para compreender a continuidade evolutiva dos dinossauromorfos na América do Sul entre os períodos Médio e Superior do Triássico, cerca de 235 milhões de anos atrás.
Para Heitor Francischini, professor do Instituto de Geociências da UFRGS e coautor da pesquisa, o achado contribui para aprofundar o entendimento da biodiversidade pré-histórica da região. "Essa descoberta é mais um o na construção do cenário paleobiológico do Rio Grande do Sul. Estudar o ado é essencial para prevermos os rumos futuros do nosso planeta", afirma.
A pesquisa, iniciada durante o doutorado de Voltaire na UFRGS, contou com a colaboração de cientistas de diversas instituições: Museu Nacional (UFRJ), CAPPA (UFSM), Unipampa, Museo Argentino de Ciencias Naturales e apoio financeiro da Faperj e do projeto INCT-Paleovert.
O fóssil do Itaguyra occulta agora pode ser visto em sua forma reconstruída em uma escultura exposta no Museu Municipal Aristides Carlos Rodrigues, em Candelária (RS), que abriga parte importante do acervo paleontológico da região central do Estado.
Quem foram os silessaurídeos?
Os silessauros foram pequenos répteis com cerca de um metro de comprimento, corpo leve, membros longos e um bico na frente da mandíbula. Esses animais teriam vivido no fim do período Triássico e se alimentavam principalmente de insetos, embora algumas espécies fossem herbívoras.
No Brasil, seus fósseis são s ao território gaúcho. Espécies anteriores como Gamatavus antiquus, de Dilermando de Aguiar, e Gondwanax paraisensis, de Paraíso do Sul, datam do Triássico Médio, com cerca de 240 milhões de anos. Já em camadas mais recentes, do Triássico Superior (233 a 225 milhões de anos), foram encontrados restos de silessauros ao lado de dinossauros primitivos como Amanasaurus nesbitti (Restinga Sêca) e Sacisaurus agudoensis (Agudo).
A nova espécie, Itaguyra occulta, viveu em um momento intermediário, aproximadamente 237 milhões de anos atrás, um intervalo ainda pouco conhecido para os paleontólogos. Ainda que conheçamos poucos elementos desta nova espécie, apenas os ossos da cintura foram recuperados, eles são bastante diagnósticos para identificar o grupo dos silessaurídeos.
O Itaguyra occulta viveu junto a parentes distantes dos mamíferos, como dicinodontes e os cinodontes herbívoros, além de outros répteis como os rincossauros e parentes distantes dos crocodilos.
*Com a informação UFRGS