Moraes diz que viagem de Zambelli foi para fugir da aplicação da lei após condenação 4hp1h
Deputada anunciou ter deixado o Brasil após condenação a 10 anos de prisão 1b1922
Moraes afirmou que Carla Zambelli deixou o Brasil para fugir da prisão após ser condenada pelo STF, decretando sua prisão preventiva e medidas como bloqueio de contas e inclusão na lista da Interpol; Zambelli alega perseguição política.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) saiu do Brasil para fugir da aplicação da lei, após ser condenada a 10 anos de prisão. O posicionamento do magistrado consta no documento em que ele pede a prisão da parlamentar, expedido nesta quarta-feira, 4. 73010
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Carla anunciou nesta terça-feira, 3, que deixou o Brasil, mesmo tendo sido condenada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos falsos em 2023. Nas redes sociais, internautas especulam que ela tenha ido para os Estados Unidos após ar pela Argentina e que teria como destino final a Itália, país onde possui cidadania.
Moraes afirmou na decisão pela prisão de Zambelli que fica claro que o objetivo da viagem dela teria sido fugir do julgamento e prisão.
“É inequívoca a natureza da alegada viagem à Europa, com o objetivo de se furtar à aplicação da lei penal, em razão da proximidade do julgamento dos embargos de declaração opostos contra o acórdão condenatório proferido nestes autos e a iminente decretação da perda do mandato parlamentar”.
De acordo com o magistrado, a condenada, enquanto deputada, que “deveria zelar pelo equilíbrio e harmonia entre os Poderes, dedicou-se a ações criminosas destinadas a desacreditar o Poder Judiciário e suas autoridades”.
Ele também afirma que ela instrumentalizou sua condição de deputada federal “para arregimentar, sob o pálio da suposta legalidade, pessoa com conhecimento técnico em invasão de sistemas, remunerando-o para realizar condutas flagrantemente ilícitas, pelas quais foi condenada, por unanimidade, pelo Supremo Tribunal Federal”.
Moraes também diz que o intuito criminoso de Carla Zambelli permanece ativo, e que mesmo condenada, ela segue divulgando notícias falsas e fraudulentas “de modo atabalhoado e confuso”, atacando a lisura das eleições e agredindo o Poder Judiciário. Como ela mostrou que pretende continuar a cometer os crimes, foi justificada a decretação da prisão preventiva.
Outras medidas 3d3uq
Além de determinar a prisão preventiva, o ministro do STF também ordenou o bloqueio das redes sociais, contas bancárias e transações, verbas do gabinete, veículos e aportes de Zambelli.
Moraes também pediu a inclusão de Zambelli na lista de difusão vermelha da Interpol, para que ela e a ser considerada foragida e possa ser procurada pela polícia internacional.
Zambelli se manifestou por meio de nota. No comunicado, ela diz que a prisão dela é ilegal, e que Moraes teria atacado sua família. Leia a seguir.
“A decisão que determina minha prisão é ilegal, inconstitucional e autoritária.
Nossa Constituição é clara: um deputado federal só pode ser preso em flagrante e por crime inafiançável. Nada disso ocorreu. Ainda assim, um único ministro decidiu, de forma monocrática, rasgar o devido processo legal, ignorar a imunidade parlamentar e violentar a democracia.
Além disso, uma medida dessa gravidade jamais poderia ser tomada de forma monocrática.
Mas o mais grave foi o ataque à minha família.
O ministro Alexandre de Moraes determinou o bloqueio da conta de Instagram do meu filho, João Zambelli, um jovem de apenas 17 anos que está iniciando sua trajetória na vida pública. Com isso, não atacou apenas a deputada ou a cidadã Carla Zambelli. Ele atacou uma mãe.
Não bastasse isso, mandou também bloquear as contas da minha mãe, Rita Zambelli, que é pré-candidata a deputada federal. Ao fazer isso, atinge não apenas a cidadã, mas também a filha.
Esses títulos — de mãe, de filha e de deputada — me foram dados por Deus e pelo povo.
Denunciarei esse abuso, essa perseguição e essa escalada autoritária em todos os fóruns internacionais possíveis. O mundo precisa saber que, no Brasil, ministros do Supremo agem como imperadores, atropelando leis, calando vozes, destruindo famílias.
Essa perseguição política está apenas começando a ser exposta.
Carla Zambelli”