Troca de farpas marca nova escalada na guerra comercial entre China e EUA 4f6w1p
A tensão entre Estados Unidos e China voltou a crescer nesta terça-feira (8), com o anúncio da Casa Branca de que novas tarifas sobre produtos chineses, agora de 104%, entraram em vigor ao meio-dia e começarão a ser cobradas a partir de 9 de abril. 3u6a2n
A tensão entre Estados Unidos e China voltou a crescer nesta terça-feira (8), com o anúncio da Casa Branca de que novas tarifas sobre produtos chineses, agora de 104%, entraram em vigor ao meio-dia e começarão a ser cobradas a partir de 9 de abril. 3u6a2n
Luciana Rosa, correspondente da RFI em Nova York
A medida do governo de Donald Trump é uma retaliação direta à decisão de Pequim, que manteve tarifas de 34% sobre produtos americanos, em resposta às novas políticas comerciais implementadas por Washington. Na segunda-feira (7), Trump havia ameaçado dobrar as tarifas aplicadas à China, exigindo que Pequim recuasse nas medidas.
Apesar do clima de incerteza nos mercados, o governo chinês não se debrou. Em coletiva na manhã desta terça-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, afirmou que, se os Estados Unidos continuarem insistindo na escalada, a China "lutará até o fim" e acusou Washington de não demonstrar interesse por um diálogo sério.
Horas antes, Trump publicou em sua rede social que aguardava uma ligação de Pequim para firmar um acordo e evitar o agravamento da guerra tarifária. "Vai acontecer", escreveu o presidente. Mas até o momento, nenhum contato foi confirmado.
"Ignorante e lamentável" 502b49
As declarações do vice-presidente americano, JD Vance, também aumentaram a tensão entre os dois países. Durante uma entrevista, ele afirmou que os Estados Unidos estariam "pegando dinheiro emprestado dos camponeses chineses". A resposta veio rapidamente: o governo chinês classificou a fala como "ignorante e lamentável".
A crise comercial já provoca reações globais. A União Europeia tenta agir como mediadora. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, conversou por telefone com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e defendeu um sistema de comércio justo e equilibrado.
Bruxelas também manifestou preocupação com a possibilidade de a China redirecionar seus produtos, inicialmente destinados aos EUA, para o mercado europeu. O bloco avalia aplicar tarifas próprias como resposta.
Nos Estados Unidos, o governo mantém o tom firme. Em audiência no Senado na manhã desta terça-feira, o representante de comércio americano, Jamieson Greer, defendeu a estratégia do presidente Trump. Segundo ele, as tarifas têm surtido efeito, já que diversos países estão buscando renegociar seus acordos comerciais com Washington.
Mesmo com sinais de recuperação nos mercados após dias de forte instabilidade, o temor de uma recessão global ainda preocupa analistas. Questionado na Casa Branca se as tarifas poderiam empurrar outros países para mais perto da China, Trump foi direto: "Não estou preocupado", respondeu. E completou: "Eles não querem estar nas mãos dos chineses."