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Lula não fará escolha entre Estados Unidos ou China em meio à guerra comercial, diz Haddad 1p625z

Segundo ministro da Fazenda, Brasil precisa repensar desenvolvimento e não pode ser tão dependente de uma relação bilateral 4o3ed

12 mai 2025 - 10h33
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Resumo
Lula reafirma compromisso com o multilateralismo, evitando escolher entre EUA e China na guerra comercial, enquanto Haddad destaca a importância de diversificar parcerias e reavaliar estratégias de desenvolvimento do Brasil.
Foto: Reprodução/Youtube/UOL

BRASÍLIA E SÃO PAULO - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 12, que o Brasil não vai fazer uma escolha entre Estados Unidos e China em meio à guerra comercial travada entre as duas maiores economias do mundo. a3052

"O presidente Lula não vai fazer essa escolha (...). Nós precisamos repensar o nosso desenvolvimento, nós não podemos ser tão dependentes de uma relação bilateral", disse em entrevista ao UOL.

O ministro ressaltou que o Brasil não está escolhendo um bloco econômico. "O Brasil sabe que, para se desenvolver, precisa de bons acordos comerciais com a Ásia, bons acordos comerciais com a Europa e um bom acordo também com os Estados Unidos", declarou o ministro da Fazenda.

Ele disse que a conversa com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, foi muito franca e educada, atacando os temas mais delicados. Haddad lembrou, contudo, que as negociações com o governo de Donald Trump estão sendo conduzidas pelo vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin.

Ao falar sobre os argumentos levados à reunião com Bessent, Haddad repetiu que a América do Sul é deficitária nas relações comerciais com os Estados Unidos. "Como é que você taxa uma região que é deficitária? Do ponto de vista econômico, não faz o menor sentido. E ele próprio (Bessent) reconheceu quando eu disse isso e disse: 'Olha, nós vamos negociar, nós vamos sentar à mesa para negociar'", relatou o ministro. "Do meu ponto de vista, os Estados Unidos deveriam olhar com mais generosidade para a América Latina e para a América do Sul. E o Brasil, do meu ponto de vista, está fazendo a política certa", acrescentou Haddad, que também pediu um olhar mais estratégico dos EUA ao continente.

A maior economia do mundo, ressaltou o titular da Fazenda, tem muito a ganhar com o maior equilíbrio regional e desenvolvimento da América do Sul. Ao reforçar que o governo brasileiro não vai escolher um dos lados na guerra comercial, Haddad lembrou que a China é a maior parceira comercial do Brasil, enquanto os EUA dominam a tecnologia de ponta. Assim, ressaltou o ministro, as duas parcerias são fundamentais para o Brasil se desenvolver.

O ministro reiterou a mensagem de que o presidente Lula acredita no multilateralismo e ressaltou que o presidente tem portas abertas para negociar no exterior. "Ele é visto no mundo inteiro como um genuíno democrata. Ele é uma pessoa que nasceu da luta contra a ditadura, venceu três eleições democraticamente, reconheceu todos os resultados quando perdeu, jogou fair play a vida inteira e tem as portas abertas do mundo inteiro. Talvez seja dos poucos governantes que tenham portas abertas em qualquer quadrante do mundo", afirmou Haddad. O ministro também ressaltou na entrevista que o Brasil está numa situação geopolítica que, se bem aproveitada, pode favorecer o País.

Política 'errática' 6y572p

Haddad avaliou que a política comercial americana, que classificou como "errática", decorre de um incômodo dos Estados Unidos com a globalização e de uma tentativa de correção de desequilíbrios macroeconômicos históricos.

"Os Estados Unidos se promoveram muito com a globalização. Não resta dúvida: se você pegar a renda per capita americana, se você pegar o crescimento americano vis-à-vis Japão e Europa, os Estados Unidos se beneficiaram da globalização. Mas a China talvez tenha se beneficiado muito mais do que os Estados Unidos", disse.

"Isso gera incômodo para um país que até outro dia enfrentou a União Soviética e depois enfrentou o Japão e venceu, por assim dizer, um e outro. Agora está com um desafio maior", acrescentou o ministro.

Ao citar um desequilíbrio histórico, que vem se agravando ao longo do tempo, Haddad afirmou que os Estados Unidos estão tentando encontrar um caminho para reequilibrar algumas variáveis macroeconômicas importantes, como o déficit externo e a taxa de juros elevados.

"Isso tudo vai complicando um pouco a vida dos americanos e eu penso que eles estão procurando à maneira deles, um pouco errática, eu diria, mas estão procurando um caminho de reequilibrar as contas", assinalou.

Estadão
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