Fraude no INSS: ministro diz esperar que ressarcimentos sejam feitos 'bem antes' do fim do ano s4r2o
Segundo Wolney Queiroz (Previdência), governo está se preparando financeiramente para os pagamentos, 'sabendo que o valor é alto' e aguarda bloqueio de mais R$ 2,5 bilhões das associações investigadas 261w22
BRASÍLIA - O novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, disse esperar que o ressarcimento de aposentados e pensionistas que tiveram descontos indevidos em seus pagamentos ocorra "bem antes" de 31 de dezembro, prazo dado após reunião na semana ada. 21732a
"É uma determinação de Lula de que ressarcimentos sejam feitos o mais breve possível", afirmou o ministro ao "Bom Dia, Ministro", programa de entrevistas do próprio governo federal.
Wolney assumiu o cargo no início deste mês após o pedido de demissão de Carlos Lupi em razão do escândalo dos descontos revelados por investigação da Polícia Federal (PF).
Cerca de 9 milhões de aposentados e pensionistas foram notificados a se manifestarem se descontos em suas folhas de pagamento foram previamente autorizados. Por determinação da Justiça, cerca de R$ 1 bilhão foram bloqueados de associações investigadas pelas fraudes.
Segundo Wolney, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está aguardando o bloqueio de mais R$ 2,5 bilhões das associações. "O governo está se preparando financeiramente para os ressarcimentos, sabendo que o valor é alto", disse o ministro da Previdência. Ele prometeu ação "implacável" contra associações responsáveis por fraudes, missão que também atribuiu a orientações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Busca ativa 6tj3w
O ministro disse que a estratégia montada pelo governo federal para verificar o número exato de aposentados e pensionistas vítimas de descontos indevidos inclui uma busca ativa com visitas a domicílios.
"Vamos verificar quais não entram em contato e ir no porta a porta. Porque há, por exemplo, aqueles que vivem em comunidades ribeirinhas", afirmou.
Além de atendimentos por telefone e presenciais em cerca de 800 agências do INSS, os aposentados e pensionistas notificados começarão a ser atendidos por agências dos Correios a partir desta sexta-feira, 30.
Queiroz prometeu ainda mudanças na governança do INSS. Entre as medidas, reformulação nos assentos do Conselho de Recursos da Previdência Social e no o ao banco de dados dos 40 milhões de aposentados e pensionistas do País.
"Abrimos mão de cadeiras no Conselho que eram ocupadas pela Previdência e chamamos outros ministérios que achamos importante a participação", disse. As quatro cadeiras desocupadas foram ou serão assumidas por pastas como o Ministério da Fazenda e o Ministério do Planejamento e Orçamento.
Outra medida já adotada foi a restrição ao banco de dados dos associados ao INSS, afirmou o ministro. "Quando assumi, eram mais de três mil senhas de o. Hoje, acho que são 13", disse. O maior cuidado serve, segundo explicou, para evitar que aposentados e pensionistas sigam sofrendo "assédios" com tentativas de golpes.
"São 41 associações que têm acordos celebrados com o INSS. A partir deste momento, suspendemos todas. Agora, vamos fazer pente-fino e, ao final, vamos separar o joio do trigo", afirmou. Segundo o ministro, há associações com histórico de décadas de boa relação com associados. "Ficarão poucas e boas", disse.
Intermediação de descontos 1n566u
Queiroz disse que o governo federal também discute, em paralelo ao Congresso Nacional, o fim total das intermediações de descontos em folhas de pagamento de aposentados e pensionistas do INSS.
"Existe quem, no governo, defenda que o governo saia disso (intermediações), que o INSS não é instituição financeira e, portanto, saia desse risco. Se seguir, terá de ser de forma mais segura", afirmou.
Para o ministro, a intermediação de descontos não traz nenhuma vantagem ao INSS. "O INSS não é remunerado para isso e quando acontece um fato como esse, acaba atingindo a credibilidade do INSS e do Ministério da Previdência."
Apesar de apontar para um possível fim completo às intermediações de descontos, Wolney Queiroz defendeu que, no caso de descontos por crédito consignado, entende que devem ser mantidos, mas com maior rigor do sistema bancário. "Se Congresso decidir encerrar com descontos em folha, vamos acatar, mas dificultaria o a crédito", afirmou.
