Paula Lima fala à RS sobre novo disco, Rita Lee e o festival Best of Blues 535h6m
Cantora refletiu sobre o espetáculo Soul Lee, o single Deguste, o novo álbum de inéditas e seu olhar sobre amor, arte e liberdade feminina 672l2d
Com mais de duas décadas de trajetória, Paula Lima atravessa diferentes vertentes da música brasileira com uma própria: groove, alma e presença. Entre gravações, programas de rádio, projetos paralelos e grandes encontros nos palcos, a cantora se prepara para dois momentos importantes em 2025: o retorno do espetáculo Soul Lee, um tributo vibrante à obra de Rita Lee, e o lançamento do álbum de inéditas, que trará colaborações com nomes como Luedji Luna, Rachel Reis, Mallu Magalhães e produção de Marcus Preto. 285q4y
No dia 8 de junho, Paula leva Soul Leeao palco do festival Best of Blues and Rock 2025, em São Paulo. Ao mesmo tempo, celebra o single "Deguste", uma faixa dançante e leve que une disco music, sensualidade e empoderamento.
Em entrevista exclusiva à Rolling Stone Brasil, a artista falou sobre suas referências, o legado de Rita, sua liberdade criativa e os novos caminhos que deseja trilhar. 3o2f1x
Rolling Stone Brasil: No dia 8 de junho, você apresenta o espetáculo Soul Lee no Best of Blues. O que esse festival representa para você e como será levar esse tributo à Rita Lee para esse palco?
Paula Lima: O Soul Lee é uma celebração à Rita Lee, trazendo uma sonoridade black'n roll à sua poesia, música e arte atemporais. Levar para o palco este show é motivo de muita alegria, além da sensação indescritível de ver e ouvir todo mundo vibrando e cantando junto!
RS: O show revisita grandes clássicos da Rita com novos arranjos e uma leitura soul-funk muito sua. Como você equilibra o respeito à obra original com a sua identidade artística?
Rita Lee faz parte da minha vida desde que me conheço por gente! Eu adorava ver aquela mulher colorida, divertida e livre no ar. Conheci ela em 2004 e foi uma catarse. Ou seja, meu respeito por ela é absoluto! O que criei é algo com a minha cara, um som black suingado, respeitando harmonias e melodias, respeitando a alma, a canção.
RS: Você já dividiu o palco com a Rita Lee. Existe alguma memória pessoal daquele encontro que tenha ficado marcada em você?
Dividi o palco com essa deusa em 2004. Inesquecível. Fonte inesgotável de amor. Ela foi tão, mas tão generosa, tão amorosa… e o que ficou marcado em mim foi a energia, a generosidade de uma estrela em dividir o palco de forma amável e igualitária comigo, ainda jovem artista em todos os sentidos.
RS: Que tipo de conselho Rita Lee te deu naquele encontro e por que aquilo te marcou tanto?
Foi marcante o conselho carinhoso e pessoal que ela me deu. Depois da entrevista que dei, em que ela prestava atenção, me chamou de lado, olhou nos olhos e disse: "certas coisas maravilhosas a gente não compartilha com ninguém — guarde pra você e seja feliz." E isso ficará comigo, pra sempre.
RS: O Soul Lee estreou em 2019 e desde então percorreu o Brasil, chegou ao Grammy Latino e agora volta com força total. O que te motivou a retomar esse projeto neste momento?
O Soul Lee é um presente de luz na minha carreira. Eu sou apaixonada pela força da poesia e pelo olhar feminino de Rita. O projeto nasceu intenso e vibrante, com um coro apaixonado. Ele será pra sempre o meu projeto especial do coração. Ele caminha paralelo a qualquer coisa que eu faça. Amor. Então quando alguém pede, ele ressurge. Temos alguns marcados até 2026.
RS: Você lançou o single Deguste. De que forma essa faixa representa o que você está querendo expressar hoje como artista?
Eu sou uma cantora de ritmo, de música pra dançar e ser feliz. Esse sempre foi o meu mote. ei também a dar um valor imensurável, além da pulsação, à mensagem. É preciso usar o microfone pra dizer coisas necessárias e essenciais. Também adoro a disco music, desde sempre, e tenho pensado no formato do meu novo trabalho, em que trarei sonoridades que elevam a minha alma. Deguste foi a primeira que chegou nesse sentido. Uma disco music marcante, fresh, urbana, que fala do amor de forma despretensiosa e me traduz. Eu tô muito afim dela, rs!
RS: A letra de Deguste fala de prazer, entrega e leveza. Como esse tema conversa com sua trajetória atual — pessoal ou artística?
A minha visão sobre o amor sempre foi de muita leveza e alegria! É o que vale a pena, é o que importa. Gosto da objetividade, transparência e diversão, sorrisos, o que for diferente disso não faz a minha cabeça. Sendo assim, estou num momento especial de maturidade e autoconhecimento tanto na vida pessoal como artística.
RS: Você tem se posicionado artisticamente de forma muito potente. Qual tem sido, para você, o papel da arte no fortalecimento da autoestima e da liberdade das mulheres hoje?
Agradeço muito a observação. A arte é disruptiva, é inclusiva, é diversa, é potente. A arte transforma e empodera quem tem o prazer de trabalhar com ela. E com isso, a vida fica mais interessante e harmoniosa. Posto tudo isso, acredito que a nossa autoestima e a nossa liberdade, que é INEGOCIÁVEL, ficam latentes e realmente apontam e nos colocam em novos iluminados caminhos.
RS: Sua carreira atravessa mais de duas décadas com projetos diversos — musicais, programas de TV e rádio. O que te move a continuar se reinventando?
O meu amor e paixão pela música, assim como o meu grande amor e respeito pelo público. É o meu prazer, alegria e é o que faz sentido pra minha vida.
RS: O novo álbum de inéditas já está em produção, com nomes como Luedji Luna, Rachel Reis e Mallu Magalhães. O que você pode antecipar sobre esse trabalho?
Será um álbum muito especial, significativo, trazendo um novo momento, uma sonoridade renovada, borbulhante, e tem a presença do incrível Marcus Preto.
RS: Que caminhos você quer explorar nesse disco?
Mensagem, groove, suingue, balanço, disco funk soul… rs!
RS: Você já cantou com artistas como Elza Soares, Jorge Benjor e Milton Nascimento. Qual encontro musical ainda te emociona só de lembrar?
Todos esses foram belíssimos, inesquecíveis. Uma vez Jorge Ben apareceu sem avisar num show que eu fazia em SP. Disseram: tem uma surpresa pra você! E lá estava ele: eu estava me maquiando, ele entrou, sentou e ficamos conversando. O show começou e numa certa hora, sem combinar, chamei para uma "canja" no palco… ele, maravilhosamente, cantou sete músicas. Inesquecível. E tenho muita história deliciosa com Seu Jorge, um dos mais incríveis parceiros. Vivi com ele imensas belezas no estúdio, nos palcos, nas construções.
RS: Ao longo da sua trajetória, você transita entre estilos com muita fluidez — do soul ao samba, do pop à MPB. Que liberdade você encontrou ao não se prender a rótulos musicais? Como você encaixa isso na sua música?
Eu nasci ouvindo tudo isso. Está tudo em mim. Faz parte da minha formação musical. Eu sou exatamente isso. E dou vazão aos meus desejos. Por isso não posso me prender a rótulos ou determinação e regras. Eu preciso da liberdade, e preciso ser livre pra seguir de forma plena.
RS: Olhando para esse momento da sua carreira — com novos projetos, novos públicos e tantos marcos importantes — o que mais te anima no que vem por aí?
Tudo isso: novos projetos, novos públicos, novos lugares.
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