Caso Leo Lins: Entenda as piadas que levaram a condenação do humorista 1r3w6v
Desde que a sentença da condenação de Leo Lins foi divulgada, muitas pessoas querem saber quais piadas foram julgadas; entenda 3y42
O humorista Léo Lins foi condenado a uma pena de oito anos e três meses de prisão por ter proferido falas consideradas criminosas durante a apresentação do espetáculo de stand-up Perturbador, realizado em 2022. O conteúdo do show, publicado no YouTube e assistido por mais de três milhões de pessoas antes de ser removido por decisão judicial, motivou a ação movida pelo Ministério Público Federal. A juíza responsável pelo caso, Bárbara de Lima Iseppi, da 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, concluiu que as falas ultraaram o limite da liberdade de expressão e configuraram discurso de ódio. 361lr
Segundo a magistrada, o fato de Léo Lins ter reconhecido que as piadas possuíam teor preconceituoso é uma evidência de que ele agiu com dolo, ou seja, com intenção consciente de ofender. Em sua sentença, a juíza afirmou que "o humor não pode servir como e-livre para a prática de crimes", ressaltando que as expressões utilizadas atingiram grupos vulneráveis de forma sistemática. A condenação inclui ainda o pagamento de uma multa estimada em R$ 1,4 milhão, além de indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 303,6 mil. A defesa ainda pode recorrer.
As piadas citadas nos autos incluem falas xenofóbicas, como quando o humorista disse que "tem ser humano que não é 100% humano. O nordestino do avião? 72%". Ele também fez comentários ofensivos sobre obesidade: "Se você for no zoológico, os animais vão tirar fotos", além de um relato onde comparava uma pessoa gorda a um dinossauro entrando no ônibus. Outro exemplo citado foi o uso do HIV como "solução" para emagrecimento: "Sai comendo gay sem camisinha! Uma hora vai dar certo! Essa piada pode parecer um pouco preconceituosa, porque é."
O material ainda trouxe falas envolvendo pedofilia, zoofilia e racismo, como ao ironizar a adoção de crianças africanas: "Lá você escolhe no pé, 'esse tá bem escurinho, vai dar like no Insta'." Também há referências que minimizam o sofrimento de negros escravizados e indígenas. A juíza entendeu que esse padrão de ataques direcionados a diferentes grupos representa não apenas um problema ético, mas jurídico.
Algumas das principais piadas:
Pedofilia:
- "Uma vez eu estava num evento, o garçom chegou para mim: 'Você quer um uísque com energético?' Eu falei, tá maluco, rapaz? O uísque para mim tem que ser igual à mulher. Puro e com 12 anos."
- "Sou totalmente contra a pedofilia, sou mais a favor do incesto, se for abusar de uma criança, abusa do seu filho, ele vai fazer o quê? Contar para o pai?".
- "Uma vez eu vi uma enquete na internet escritas assim: 'O que vocês falam quando terminam de transar?' Aí eu fui lá e escrevi: Não conta para sua mãe que eu te dou uma boneca. Me xingaram muito… esse dia eu fiquei mal. Eu só fiquei melhor no dia seguinte, quando eu fui no parquinho olhar as crianças."
Racismo:
- "Coisa terrível é usar o negro como escravo, graças a Deus isso acabou e agora usam os bolivianos."
- "Se o dia da consciência negra é feriado pelos negros, quarta-feira de cinzas, devia ser judeu."
- "O preconceito, para mim, é uma coisa primitiva que não devia mais existir. Que nem o índio. Chega! Não precisa mais."