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Paulo Guidelly vive imigrante no teatro e avalia crítica social: 'Grande desafio' 3g65a

Astro da novela portuguesa Cacau, Paulo Guidelly conta para a CARAS como é viver um imigrante em peça que explora drama de milhares; saiba tudo 1e5i25

3 jun 2025 - 11h35
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Paulo Guidelly vive Elihu em Imigrantes e pontua importância da arte com a crítica social
Paulo Guidelly vive Elihu em Imigrantes e pontua importância da arte com a crítica social
Foto: Oseias Barbosa / Caras Brasil

Prestes a estrelar a peça Imigrantes no Rio de Janeiro na temporada de 12 de junho à 13 de julho, Paulo Guidelly conversou com a CARAS e pontuou sobre a importância seu personagem: Elihu é um homem imigrante da África que a por inúmeros desafios e expõe uma severa crítica social em relação ao caso de milhares que tem dramas parecidos. 566532

O ator - que brilhou recentemente em Abdias Nascimento e na novela portuguesa Cacau - vive na pela todos os sacrifícios e manipulações, além do preconceito destilado contra imigrantes. Guidelly pontua a importância da peça e, também, de como o ofício do ator está, mais do que nunca, sendo um instrumento necessário de comunicação. Leia completa abaixo.

Depois de um intenso trabalho em outra obra, você mergulha agora em "Migrantes". Como foi a transição entre esses dois projetos tão potentes e diferentes?

"Não houve transição. Recebi o convite para integrar os dois praticamente no mesmo momento. Os ensaios também começaram juntos. Pode até parecer loucura ensaiar duas peças simultaneamente (talvez seja mesmo), mas é uma que fazemos quando a gente entende a potência do que está sendo construído. As temáticas que cada obra traz são urgentes, necessárias, e estar nesse processo é, sem dúvida, um presente para qualquer ator que acredita no poder do palco como espaço de transformação."

Elihu enfrenta dilemas extremos para alcançar um sonho. Quais foram os desafios mais marcantes na construção desse papel tão visceral?

"Tem sido um grande desafio vivê-lo. Um personagem extremamente visceral, de poucas palavras, construído em uma linguagem naturalista na encenação. As intenções precisam transbordar no subtexto, no corpo, na respiração, principalmente no olhar. É nesse silêncio que ele comunica. É na pausa, no gesto contido, no peso do não-dito que ele se revela. Viver esse personagem é um exercício constante de escuta, de entrega, é de verdade cênica. Um processo que me atravessa por completo."

Você mencionou que estudou histórias reais de refugiados que venderam órgãos - como na peça. Como essas pesquisas impactaram você pessoal e artisticamente?

"O que mais me impacta nesse processo é a palavra submissão. Pensar que existem pessoas que, diante de uma realidade tão cruel, se veem obrigadas a vender os próprios órgãos na esperança de alcançar uma vida minimamente digna. O verbo submeter me atravessa profundamente. Sendo muito honesto, não sei se no lugar delas eu teria coragem ou escolha. Viver um personagem que se submete a isso é um presente como ator. Um personagem cheio de camadas, contradições, dores e silêncios. E é justamente nesse mergulho profundo que mora a potência da cena. Quem ganha com isso é o espetáculo. Quem ganha é o público, que sai da plateia, no mínimo, provocado a refletir."

O espetáculo "Migrantes" carrega uma forte crítica social. Na sua visão, qual o papel do artista em tempos de intolerância e desinformação?

"O ofício do ator vai muito além de viver numa bolha de celebridades, decorar um texto e simplesmente despejar palavras em cena. Sempre busquei, na minha profissão, processos que me permitam aprofundar em outras perspectivas, dando voz a narrativas que precisam ser contadas, a personagens que merecem protagonismo e escuta. O teatro é o espaço ideal para provocar reflexões e levantar temas urgentes. A peça aborda uma realidade ainda pouco explorada. É fundamental que o público compreenda com mais profundidade essa problemática mundial, reconheça a importância da regulamentação e da regularização de pessoas que buscam, em outros países, melhores condições de vida. Precisamos urgentemente abrir os olhos para o mundo e para as pessoas que nele habitam."

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